Alfredo da Mota Menezes

Alfredo da Mota Menezes

MT e a agroindústria

Agroindústria é um dos caminhos para o futuro econômico de Mato Grosso.

Agroindústria é um dos caminhos para o futuro econômico de Mato Grosso. É necessário industrializar parte da enorme e crescente produção agropecuária do estado.

Agroindustria
Agroindústria (Foto: Agência Brasil)

MT é o maior produtor nacional de soja, milho, algodão e carne bovina. Números da Conab mostram que, para 2023, a safra do estado deve ser de 90 milhões de toneladas, maior que do ano passado que ficou em 86 milhões de toneladas. Prevê o Imea que a safra de 2032 pode chegar a 143 milhões de toneladas ou 65% mais que em 2022.

Já sabendo que a produção no campo para os próximos anos será sempre maior, não tem jeito de não pensar em aumentar a agroindústria no estado.

Já se tem um início dessa atividade econômica, com base maior em etanol e carne. Fábricas de etanol de milho é uma realidade em pontos diferentes do estado. O mesmo se pode dizer da carne industrializada para venda interna e externa.

Corte de carne bovina
Carne industrializada

Quando se fala em agroindústria aparece muitas vezes a alegação de que o mercado interno é pequeno e que, frente a essa realidade, se tem que levar essa produção para fora do estado e faltaria logística de transporte.

Em parte é verdade, mas não é como anos atrás, as coisas estão mudando. A ferrovia já está em Rondonópolis e caminha em direção a Cuiabá e ao Nortão. Produtos podem ser levados do estado para o centro-sul do país e para o litoral. Se tem também a rodovia 163 ou o trecho entre Sinop e Miritituba, mais uma alternativa para se levar essa produção.

Mato Grosso é fronteira com países dos Andes. Através da Bolívia se pode chegar ao mercado de toda aquela região que tem uma população global de mais de 100 milhões de habitantes. Por que não explorar também essa alternativa, vendendo produtos da agroindústria aqui do estado?

Mão de obra tem sido outro argumento dos mais pessimistas sobre a agroindústria. Mas hoje se tem trabalho sendo feito pelo Sesc e Senar nessa direção e também muita gente saindo da UFMT e da Unemat.

Será que não se tem no estado mão de obra para se ter essa agroindústria? Se necessário, por que não trazer de fora também? Uma simples sinalização nessa direção e se teria muita gente por aqui.

Um pouco de história. O estado de São Paulo foi, por muito tempo, forte exportador de café. Com a diminuição desse comércio, aquele estado, com o capital acumulado pela venda daquele produto, enveredou para a agroindústria. Esta acabou impulsionando outros setores industriais e hoje o estado é uma potência nessa área.

O capital acumulado em MT, com tanta produção no campo e venda no exterior, com suporte ainda do BNDES, não teria condições de alterar um pouco a economia do estado com mais agroindústria?

Não se fala em industrializar toda a produção do estado do campo, a maior parte seria para exportação, mas uma parcela teria que ser industrializada internamente.

Esse é um assunto que deveria merecer debates nos meios politico, acadêmico, empresarial e também na imprensa.

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Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Alfredo da Mota Menezes , e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.