Alfredo da Mota Menezes

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Números do Agro: aumento de produção e desafios de MT

Os números da produção agropecuária em Mato Grosso, entra ano e sai ano, continuam crescendo e na liderança nacional, a começar pelo etanol de milho. Em seis anos a produção saiu de 1 bilhão de litros de etanol para 4.5 bilhões. Essa produção pode dobrar nos próximos 10 anos. O Brasil tem 18 indústrias de […]

Os números da produção agropecuária em Mato Grosso, entra ano e sai ano, continuam crescendo e na liderança nacional, a começar pelo etanol de milho.

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Cresce a produção de etanol de milho. (Foto: reprodução)

Em seis anos a produção saiu de 1 bilhão de litros de etanol para 4.5 bilhões. Essa produção pode dobrar nos próximos 10 anos.

O Brasil tem 18 indústrias de etanol, 10 estão em MT. O estado é o maior produtor de milho do país. Boa parte vai para produção de etanol. Tem indústrias full ou que produz somente etanol de milho e outras flex, etanol de milho e de cana-de-açúcar.

Cloves Vetorato, já falecido, foi Secretário de Agricultura do governo Blairo Maggi. Depois de uma visita aos EUA para analisar a produção de etanol de milho disse que MT iria seguir o mesmo caminho.

Foi criticado, inclusive por este colunista que acreditava que o caminho seria o etanol de cana-de-açúcar que, aliás, já estava em produção em Jaciara e Barra do Bugres. Vetorato estava correto, vejam os números crescentes da produção de etanol de milho no estado.

Rebanho; bovinos (Foto: iStock)
Rebanho; bovinos (Foto: iStock)

Na pecuária a coisa está nas alturas também. O abate de bovinos no Brasil em 2022 foi de 28.8 milhões de cabeças, 7.5% maior que em 2021. Mato Grosso ficou novamente em primeiro no ranking nacional com 15.8% do total do país, segundo o IBGE. Em MT, subiu de 4.6 milhões de cabeças de gados abatidas para 4.69 milhões de cabeças.

A China continua a grande compradora de carne bovina de MT, levando 68% da exportação do estado.

Em couro bovino o estado está também em primeiro lugar com 16.6% do total nacional.  Pelos abates de bovinos é óbvio que teria mais couro para venda também. Tantos couros no estado e praticamente não se tem indústrias nessa área.

Agora um dado que preocupa: sobre armazéns. Outro dia o presidente da Aprosoja trouxe esses números numa entrevista. Mostrando que o armazenamento no estado é de cerca de 50% da produção de grãos. Que está prevista uma produção total de grãos para 2023 de 85 milhões de toneladas e só teria armazéns para 44 milhões de toneladas.

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Menos armazéns gera aumento de custos para o produtor e ele vai repassar, o que encarece a comida. Provoca também engarrafamentos nas estradas, pois se deve colher e levar logo se não tem armazém. Sem logística acontece o que se sabe nas estradas do estado. Mais custo no final.

A produção é enorme, mostram os números, e o estado tem dificuldades em armazenar e na logística de transporte. Mesmo com esses fatores continua líder na produção agropecuária.

Isso tudo levou produtores dos EUA a virem no estado durante alguns anos para entender como um lugar no fim do mundo, sem logística e armazém, poderia competir com eles.

E a saga continua como antes. Maior produtor do Brasil de grãos, passou até a Argentina na produção de soja, sem transporte adequado e cerca de 50% da colheita não tem armazéns.

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