Com ferimentos, jacaré é encontrado morto no Parque das Águas

Um jacaré foi encontrado morto, no lago que fica dentro do Parque das Águas, em Cuiabá, na manhã desta terça-feira (31). Frequentadores do local avistaram o animal e acionaram os servidores da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Jacaré Ao se aproximarem do lago, os trabalhadores constataram que o jacaré estava com a cabeça esmagada e […]

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Jacaré é encontrado morto em parque de Cuiabá. Foto: Divulgação

Um jacaré foi encontrado morto, no lago que fica dentro do Parque das Águas, em Cuiabá, na manhã desta terça-feira (31). Frequentadores do local avistaram o animal e acionaram os servidores da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Jacaré

Ao se aproximarem do lago, os trabalhadores constataram que o jacaré estava com a cabeça esmagada e tinha vários ferimentos pelo corpo. Um boletim de ocorrência foi registrado para que o caso deve ser investigado pela Dema (Delegacia Especializada de Meio Ambiente). Pela lei, maus-tratos a animais é crime.

Até setembro de 2020 vigorava a Lei de Crimes Ambientais 9.605/98, que estabelecia pena previa de três meses a um ano de reclusão, além de multa para abuso, maus-tratos, ferimento ou mutilação de animais. Com a sanção da Lei 1.095/2019, a punição aumenta para reclusão de dois a cinco anos, além de multa e proibição de guarda.

A secretaria de Meio Ambiente diz que os frequentadores podem auxiliar na conservação do Parque e preservação da fauna e flora local. A orientação é que, diante de qualquer irregularidade, um denúncia seja registrada.

Perícia

A Dema (Delegacia Especializada do Meio Ambiente), que investiga a morte de um jacaré no Parque das Águas, em Cuiabá, pediu que seja feita perícia no corpo do animal, assim como acesso a imagens de câmeras de monitoramento do local.

O jacaré foi encontrado com furos pelo corpo e a cabeça esmagada, na segunda-feira (30). A investigação na Polícia Civil foi aberta depois que a diretoria da empresa responsável pela administração do parque registrou boletim de ocorrência, por suspeita de que a morte tenha ocorrido por ação humana.

A polícia também vai colher o depoimento dos vigilantes que trabalham no parque.

A prefeitura de Cuiabá lamentou a morte pelas redes sociais e esclareceu que o animal em questão não é o “Celso”, jacaré que ficou famoso na cidade depois que foi visto atravessando uma avenida na faixa de pedestres.

A administração municipal também afirmou no post que, desde a criação do parque, em 2016, os animais convivem em harmonia e muita simpatia, “sempre tirando fotos com os visitantes e se portando de forma pacífica”.

Canibalismo

Diante da seca que atinge o Pantanal mato-grossense, jacarés que sobrevivem têm se alimentado dos que não resistiram. Para evitar o canibalismo, agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e voluntários de ONGs que atuam no Pantanal mato-grossense estão transportando jacarés de uma lagoa para outra.

Eles também trabalham para encher baías com o uso de dois caminhões-pipa.

“Os animais estão em situação de canibalismo. Os jacarés que ainda têm vida estão se alimentando dos que morreram”, alertou a coordenadora de comunicação e operações institucionais da ONG Ecotropica, Carla Braganholo.

Pantanal

O trabalho começou no domingo (19), conforme o servidor do Ibama, Bruno Campos. “Nós tiramos os animais da Ponte 03, por conta da pouca quantidade de água, e depois da análise da qualidade da água percebemos que os parâmetros estão muito ruins”, destacou o servidor.

Ele conta que durante cinco dias seguidos, duas vezes ao dia, jogaram água com caminhões-pipa contendo 15 mil litros de água, mas a ação não teve o resultado esperado. “Não fez diferença nenhuma porque a quantidade de água que evapora é maior do que a gente consegue repor”, contou.

O servidor contou que o canibalismo é um processo natural do jacaré, mas que a situação dos animais do Pantanal piorou depois das secas de 2020 e 2021, somadas com as queimadas e a estiagem no Pantanal. “As enchentes são fundamentais no Pantanal porque é a entrada de peixe nas regiões alagadas. Eles não tiveram a quantidade de comida necessária” afirmou.

Bruno explicou que o grupo de trabalho não está transportando todos os jacarés, somente os animais que estão debilitados.

“Estão sendo levados para cerca de 15 quilômetros do ponto que eles estão atualmente. Ali mesmo no Pantanal, tem o Rio Clarinho, Rio Pixaim, alguns corixos (corpos d’água). No ponto, tem mais de 500 jacarés, mas serão levados entre 100 e 200”, explicou.

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