Morre onça-pintada Antã, resgatada dos incêndios no Pantanal de MS
Animal estava há quase um mês no CRAS, em Campo Grande, se recuperando de ferimentos
A onça-pintada Antã, resgatada na região do Passo do Lontra, em Miranda, no dia 17 de agosto, após a região ser tomada pelos incêndios, morreu na manhã de quarta-feira (11). A onça macho se recuperava dos ferimentos provocados pelo fogo, há quase um mês.

A confirmação da morte foi feita pelo governo, nesta quinta (12). No dia do resgate, Antã estava visivelmente debilitado, desnutrido e sem forças para reagir, provavelmente devido à falta de alimento na área atingida pelo fogo.
Após um período na tentativa de recuperação, infelizmente ele não resistiu às complicações decorrentes de seu estado inicial.
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Conforme o Imasul, a onça-pintada chegou ao CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) pesando penas 72 kg, significativamente abaixo dos 100 kg que seria seu peso ideal.
Complicações internas, agravadas pela idade avançada – estimada em oito anos -, impediram ua recuperação completa.
Ferimentos sofridos por Antã
Na ocasião da captura, o animal apresentou desidratação moderada (7%), estertor pulmonar e queimaduras de terceiro grau nas patas, além de duas pequenas lesões (3 cm) nos membros torácicos.
As feridas foram tratadas com soro fisiológico e pomada cicatrizante.
A ultrassonografia revelou alterações na bexiga e fígado. Exames de sangue identificaram Trypanossoma sp e Hepatozoon, (parasitas do sangue), além de anemia, desidratação e cistite (inflamação na bexiga).
O tratamento das queimaduras das patas incluiu ozonioterapia, laser terapia tópica, pomadas cicatrizantes e bandagens.
Na manhã do dia 11, Antã sofreu uma parada cardíaca. Ele chegou a sert transferido para o centro cirúrgico, onde foi entubado e teve início manobras de reanimação cardiopulmonar, mas, após três ciclos de RCP, a morte foi confirmada.
O corpo de Antã foi encaminhado para necropsia e o laudo definitivo ainda aguarda análise histológica.