Você sabia? A égua pode dar à luz a potro e burro ao mesmo tempo
O Primeira Página conversou com o médico veterinário Aruaque Lotufo, presidente do CRMV-MT (Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Mato Grosso) que comentou essa raridade que pode acontecer
Recentemente uma notícia viralizou na internet contando a seguinte história: “uma égua deu à luz um potro e um burro ao mesmo tempo”. Muitas pessoas ficaram incrédulas com o ocorrido inédito que aconteceu no distrito de União Bandeirantes, a 160 quilômetros de Porto Velho, no estado de Rondônia. Veja a fisionomia dos animais:

O Primeira Página conversou com o médico veterinário Aruaque Lotufo, presidente do CRMV-MT (Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Mato Grosso), que comentou essa raridade.
“Uma égua quando tem uma ovulação dupla, sendo um em cada ovário, o embrião desce para as trompas uterinas. Se houver fecundação dos óvulos por um cavalo que cruzou com essa égua e depois ela também cruzar com um jumento ela poderia fecundar os dois embriões”, explica o Aruaque.
O médico veterinário ainda explicou que não é comum esse tipo de situação devido a alta mortalidade dos fetos que nascem muito fracos ou morrem durante a gestação.
“É possível sim ter esse tipo de fecundação por animais diferentes. É comum com cadelas que cruzam com mais de um tipo de cão. Depois você tem na ninhada raças distintas. No caso da égua, o ideal é fazer um teste de DNA para saber a paternidade dessa égua”, afirma.
E como funciona a genética?
Segundo Aruaque, que atua no Programa estadual de Saúde Equídea junto ao Indea-MT (Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso), para entender como isso acontece é preciso levar em consideração que a gestação de uma égua duração média de 330 dias, enquanto da jumenta é um pouco maior, em média 11 meses.
“A égua e o cavalo são da espécie equina, o jumento e a jumenta são da espécie asininos. Quando eu tenho um cruzamento entre uma égua e um jumento, eu tenho um híbrido (burro ou mula), que tende a ser infértil, ou seja não se reproduzem”, explica.
Quando a jumenta cruza com o cavalo, Aruaque analisa que o fruto desse cruzamento vai ser o bardoto, outro híbrido, que também é estéril.

“O que acontece em alguns casos, de algumas raças, é a predisposição da gestação gemelar. É inviável e não desejado em cavalos, por isso quando acontece é necessário acompanhamento do animal que está prenha”, finaliza o médico.