Cufa de Cuiabá e ONG arrecadam alimentos para Yanomamis; saiba onde doar

A população pode participar dessa causa doando alimentos não perecíveis nas sedes físicas da Cufa pelo país, além de doações através de PIX, todo valor e itens arrecadados serão enviados aos povos Yanomami pelas ONGs.

A Cufa (Central Única das Favelas) e a ONG Ação Cidadania, de Mato Grosso, estão arrecadando e enviando alimentos não perecíveis para ajudar no enfrentamento à situação de emergência sanitária dos povos que vivem na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.

No estado, doações podem ser feitas nas sedes da Cufa em Cuiabá e cidades do interior.

Crianças Yanomami com desnutrição severa atendidas por equipes do Ministério da Saúde
Crianças Yanomami com desnutrição severa são atendidos por equipes do Ministério da Saúde. (Foto: Condisi-YY/Divulgação).

Cenário desumano

A situação de emergência de saúde pública no território amazônico foi declarada pelo Ministério da Saúde na última sexta-feira (20). O presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), que esteve no local para acompanhar de perto as necessidades dos Yanomami, classificou a situação como “desumana”.

Desde segunda-feira (16), técnicos do Ministério resgataram pelo menos oito crianças nativas em estado grave.

Várias crianças com desnutrição em terra indígena Yanomami
Invadida por garimpeiros, Terra Indígena Yanomami tem dezenas de crianças com desnutrição devido à escassez de alimentos. (Foto: Condisi-YY/Divulgação).

Nos últimos anos, a Terra Indígena registrou um agravamento na saúde dos indivíduos, com casos de crianças e adultos com desnutrição severa, verminose e malária, como divulgou Júnior Hekurari Yanomami, presidente da Urihi e chefe do Condisi-YY (Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana).

Campanha de arrecadação

Diante disso, a Ação da Cidadania fala sobre a necessidade urgente de conseguir levar alimentos para o povo Yanomami, que já perdeu cerca de 570 crianças para a fome nos últimos quatro anos.

Numa tentativa de ajudar os povos, a ONG informou que está trabalhando em conjunto com os órgãos do Governo Federal, como o Ministério do Desenvolvimento Social e Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), e entidades militares locais.

Além disso, a Cufa se uniu à Frente Nacional Antirracista e deu início a um mutirão solidário para arrecadação de alimentos para os Yanomami e algumas lideranças das duas ONGs vão para Roraima acompanhar de perto a mobilização e a distribuição das doações.

Como ajudar

A população pode participar dessa causa e unir esforços particulares à mobilização nacional doando alimentos não perecíveis nas sedes físicas da Cufa pelo país.

Em Cuiabá, as doações podem ser levadas ao polo localizado na rua Custódio de Melo, nº 830, no bairro Cidade Alta.

Doações também podem ser feitas para a Cufa Nacional através da chave PIX doacoes@cufa.org.br, ou através da vakinha on-line que foi aberta para receber valores que serão destinados aos Yanomami.

Demais cidades do interior, como Alta Floresta, Marcelândia, Sorriso, Sinop e Peixoto de Azevedo também possuem unidades recebendo doações. Veja a lista completa e os endereços neste link.

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Terra Yanomami

Maior reserva indígena do Brasil, a Terra Yanomami tem quase 10 milhões de hectares entre os estados de Roraima e Amazonas, e parte da Venezuela, onde vivem cerca de 30 mil indígenas em mais de 370 comunidades.

Nos últimos anos, a busca pelo ouro – que acontece desde a década de 1980, se intensificou, causando conflitos armados, degradação da floresta e ameaça à saúde dos indígenas.

Com a invasão garimpeira, vem a contaminação dos rios e degradação da floresta, afetando diretamente a saúde dos Yanomami, principalmente crianças, que enfrentam a desnutrição por conta da falta de alimentos.

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