Estudo mostra que 1 em cada 3 entregadores sofre com fome ou má alimentação

Segundo o levantamento, 32% dos entregadores das capitais do Rio de Janeiro e São Paulo, vivem algum grau de insegurança alimentar.

Apesar de passarem o dia transportando alimentos, muitos entregadores de comida por aplicativo nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo enfrentam a fome ou não conseguem manter uma alimentação adequada. É o que mostra a pesquisa “Entregas da Fome”, realizada pela organização Ação da Cidadania.

Estudo mostra que 1 em cada 3 entregadores sofre com fome ou má alimentação (Foto: Reprodução)
Estudo mostra que 1 em cada 3 entregadores sofre com fome ou má alimentação (Foto: Reprodução)

Segundo o levantamento, 32% dos entregadores dessas duas capitais vivem algum grau de insegurança alimentar.

Desses, 13,5% enfrentam insegurança alimentar moderada ou grave, o que significa redução na quantidade ou qualidade da alimentação, ou até mesmo escassez de comida para toda a família. A taxa supera a média nacional, de 9,4%.

Somente a fome em grau grave, que representa a falta de comida para todos da casa, afeta 8% dos trabalhadores entrevistados.

Trabalho diário, longas jornadas e falta de direitos.

A pesquisa também revela uma rotina exaustiva e marcada pela falta de proteção trabalhista:

  • 56,7% trabalham todos os dias da semana;
  • 56,4% trabalham mais de 9 horas por dia;
  • 72% não contribuem com a Previdência Social;
  • 41% já sofreram acidentes de trabalho.

Além disso, a maioria arca com todos os custos para poder trabalhar:

  • 99% pagam o plano de dados móveis do próprio bolso;
  • 93,4% não têm seguro para o celular;
  • 90,6% não possuem seguro de vida;
  • 90% não têm plano de saúde;
  • 67,6% não têm seguro para o veículo usado nas entregas.

“É uma forma de escravidão moderna”, diz Ação da Cidadania
Para o diretor-executivo da ONG Ação da Cidadania, Rodrigo Afonso, os dados evidenciam um modelo de trabalho exploratório.

“Fica evidente para a gente que esse modelo de trabalho, do jeito que está, é uma forma de escravidão moderna. O trabalhador entra com o tempo, o risco, o equipamento, e recebe contrapartidas insuficientes para uma vida digna”, afirmou.

Afonso também criticou o discurso de que esses trabalhadores são “empreendedores livres”.

“Eles são levados a crer que têm autonomia, mas quase 60% precisam trabalhar todos os dias e por mais de 9 horas para sobreviver”, concluiu.

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