Setembro Amarelo – Você pode ser a luz!

“Ao incentivar a compreensão, a aproximação e a partilha de experiências, queremos dar às pessoas a confiança necessária para agirem. Prevenir o suicídio exige que nos tornemos um farol de luz para aqueles que sofrem. Você pode ser a luz.” Essa é a mensagem da “Associação Internacional de Prevenção do Suicídio” para o ano de […]

“Ao incentivar a compreensão, a aproximação e a partilha de experiências, queremos dar às pessoas a confiança necessária para agirem. Prevenir o suicídio exige que nos tornemos um farol de luz para aqueles que sofrem. Você pode ser a luz.”

Essa é a mensagem da “Associação Internacional de Prevenção do Suicídio” para o ano de 2023. Ainda repleto de tabus, estigmas e preconceitos, a questão do suicídio precisa ser encarada como um problema de saúde. 

No Brasil, acontece um suicídio a cada 46 minutos, sendo a maioria das vítimas homens negros entre 10 e 29 anos, segundo o Ministério da Saúde. No cômputo geral, cerca de 14 mil pessoas perdem a vida todos os anos pelo suicídio. É número expressivo, que evidencia a importância da conscientização da população para a prevenção.  

Esse é justamente esse o propósito do movimento “Setembro Amarelo”, organizado no final de 2014 por diversas entidades, dentre elas a Associação Brasileira de Psiquiatria, o Conselho Federal de Medicina e o Centro de Valorização da Vida. A cor amarela é usada mundialmente como referência ao Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, que é 10 de setembro. 

O preconceito talvez seja o maior obstáculo para se evitar o suicídio. De um lado, o medo do julgamento alheio impede que a vítima relate para familiares e amigos que vem tendo pensamentos suicidas. De outro, as pessoas de um modo geral não estão preparadas para ouvir um relato desse tipo, e tendem a diminuir a importância do relato com frases do tipo “deixa disso, sua vida é boa”, “vai passar”, ou, “imagine o sofrimento que vai causar em quem te ama”.  

Outros, querendo ajudar, trazem o assunto para o campo da religiosidade judaico-cristã, onde desde sempre o suicídio é um tabu e por muito tempo foi tratado como um pecado capital, que afasta completamente a pessoa, em seu espírito, do Deus criador e único senhor do corpo humano. Só recentemente vozes dessas doutrinas religiosas vêm considerando a possibilidade de salvação da alma de quem tenha cometido suicídio. 

Dados da Associação Brasileira de Psiquiatria apontam que cerca de 98% das vítimas de suicídio sofriam com algum transtorno mental. Os transtornos mais associados ao suicídio são a depressão, transtorno afetivo bipolar, transtornos relacionados ao uso de drogas, transtornos de personalidade e esquizofrenia. 

Em geral, o suicídio não acontece abruptamente, mas é precedido de um período de ideação suicida, isto é, o ato de pensar no suicídio, seja uma simples consideração ou um plano mais detalhado. Isso não significa que todos que pensarem em suicídio irão realmente cometê-lo, mas é sem dúvida o primeiro fator de risco a ser considerado. 

Por isso, é preciso, em primeiro lugar, conversar com as pessoas de nosso convívio que estejam passando por uma crise de depressão, ou que sofram com transtorno afetivo bipolar, etc., para que não tenham vergonha de relatar que estão tendo pensamentos suicidas. 

A própria pessoa, ao perceber que está tendo ideações suicidas, deve contar a familiares ou amigos próximos, bem como procurar atendimento médico, com psiquiatra. O tratamento com psicólogo também é extremamente importante. 

É fundamental saber que tanto o SUS quanto os Planos de Saúde devem fornecer o atendimento médico adequado. No caso do SUS, como o acesso é feito pelas “Unidades de Saúde da Família”, pode ser que a consulta com o médico especialista em psiquiatria demore demais. Nos casos de ideação suicida, a intervenção adequada deve ser feita imediatamente. 

Além disso, há medicamentos para depressão grave, como o Spravato, e tratamentos como a Estimulação Magnética Transcraniana e Eletroconvulsoterapia que não são fornecidos pelo SUS e nem pelos Planos de Saúde. 

Para todos esses casos, a pessoa pode e deve se utilizar da Justiça para garantir o tratamento médico adequado.  

Que realmente nos tornemos um farol de luz para aqueles que sofrem. 

Um abraço e até a próxima semana. 

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Direito e Cidadania, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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