Beetlejuice 2 e a grata volta de Tim Burton ao mundo fantástico
Beetlejuice 2 é tema da coluna Toda Sexta É 13, nesta sexta-feira (6). Leia mais no Primeira Página.
Eu não gostaria de escrever sobre o novo filme de Tim Burton sem antes de conseguir assisti-lo.
Mas é impossível ter a estreia de Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice, Beetlejuice nos cinemas e não falar sobre ela.
Isso porque o antecessor – de título mais modesto – Os Fantasmas se Divertem é um dos filmes mais legais da história do cinema de fantasia.
Tim Burton, o diretor, criou, em 1988, um visual inovador e que gruda nos nossos cérebros ao ponto de causar dependência.
Não à toa, cada novo filme dele levava milhões de pessoas ao cinema em busca das cores, ângulos e formas diferentes que apresentava nos mundos que habitam sua rica imaginação.
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Do longínquo O Estranho Mundo de Jack, passando por dois Batmans nas décadas de 80 e 90, até a recente série da Netflix Wandinha, Burton é sinônimo de cenários encantadores.
Só isso valeria, com certeza, o valor do ingresso no cinema para esse novo espetáculo visual.
Mas Os Fantasmas se Divertem também apresentou ao cinema um dos vilões mais carismáticos. Vivido por Michael Keaton, Beetlejuice é extremamente engraçado. Ele é um fantasma/demônio que, invocado ao ter o nome mencionado três vezes, promete solucionar problemas com o sobrenatural.
Um malandro da melhor espécie.
Quase que um coiote dos desenhos do Papa-Léguas, com planos que sempre dão errado.
A cena final do filme em que ele tenta dar o golpe para furar a fila dos desencarnados numa repartição pública do além é impagável.
No primeiro filme, ele precisa lidar com um casal de fantasmas que morreu num acidente de carro, mas não abandonou a casa onde viviam.
Os novos moradores chegam e, claro, no mundo de Burton, são excêntricos.
As situações vão acontecendo até que Beetlejuice é invocado e faz uma bagunça gigantesca.
Trinta e seis anos depois, chega a sequência.
É muito tempo? Sim, sem dúvida.
Mas deixa a certeza que o diretor não quis, de jeito nenhum, estragar sua obra com continuações caça-níqueis e inferiores.
As ideias de sequência, com certeza, foram oferecidas por roteiristas ao longo desses anos.
Agora, parecem ter encontrado a ideal.
A crítica tem avaliado positivamente e os relatos são de que o cinema todo ri muito com o novo Beetlejuice.
A história gira em torno da volta da família Deetz à casa onde, anos atrás, Lydia (Wynona Rider, de Stranger Things) se envolveu com Beetlejuice. Ela, agora é viúva e tem uma filha adolescente vivida por Jenna Ortega (a Wandinha, da Netflix). Entediada, ela acaba abrindo um portal para a vida após a morte. Mais uma vez, o fantasma/demônio malandro novamente vivido por Michael Keaton é chamado para tentar resolver o problema.
É muito bom ver Tim Burton voltar à velha forma.

E nos apresentar mundos fantásticos fabulosos de novo. Já que em 2014, com Grandes Olhos, ele deu um tempo nas animações e cenários malucos para trazer à tela a história verídica da pintora Maraget Keane que, nos anos 60, teve de brigar com o marido nos tribunais para provar que era ela e não ele a responsável pela autoria de seus quadros.
Wandinha e esse retorno à Beetlejuice, com certeza, mostra que o diretor deixou de buscar o reconhecimento da academia e assumiu de vez seu talento para divertir, encantar.
Quem não viu o Beetlejuice original ainda, precisa ver.
Eu garanto que vai ficar viciado não só no visual, mas também na música Banana Boat, interpretada por Harry Belafonte.
E depois de se deliciar com a sequência novinha em folha nos cinemas, nada de abstinência.
Seguem, em ordem cronológica, outros 10 mundos fantásticos criados por Burton:
- 1990 -Edward Mãos de Tesoura
- 1993 – O Estranho Mundo de Jack
- 1997 – Marte Ataca
- 1999 – A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça
- 2005 – A Fantástica Fábrica de Chocolate
- 2005 – A Noiva Cadáver
- 2010 – Alice no País das Maravilhas
- 2012 – Frankenweenie
- 2012 – Sombras da Noite
- 2022 – Wandinha
