E a motosserra vai para…
Saiba mais sobre o Chainsaw Awards, considerado o Oscar do Terror
Você sabia que o gênero terror tem um “Oscar” próprio? No lugar da estatueta de um homem careca e nu, o prêmio é uma caveira cortada por uma motosserra. E, claro, a base do troféu é uma poça de sangue.
A homenagem aos melhores do ano de 2022 é feita pelo site da revista Fangoria. Infelizmente, todo em inglês, mas que vale um google tradutor para acessar as principais novidades e entrevistas com os profissionais envolvidos nas artes do mundo sobrenatural.
O Chainsaw Awards será distribuído no próximo dia 21 com a cerimônia transmitida pelo Shudder, um streaming só voltado ao terror que não existe no Brasil e sem planos para se instalar em nosso país (pena que não dá pra amaldiçoá-los por isso! Já são malditos demais).
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Pelo menos uma boa notícia nesse mar de dificuldades para acompanhar os melhores: os cinco candidatos ao prêmio maior da noite já foram exibidos por aqui e estão disponíveis em streamings ou serviços de aluguel online. Com legenda em português ou dublados.
E todos eles merecem a disputa. Os nomeados são: Noites Brutais (Barbarian), O Telefone Preto (The Black Phone), Não, Não Olhe ( Nope), Pearl e X (X- A Marca da Morte).
Curiosamente, dois deles são do mesmo diretor: Ti West, considerado o queridinho do gênero. X e Pearl tem também como protagonistas a mesma personagem. Pearl aparece no primeiro filme exibido nos cinemas, X, idosa e tremendamente violenta. Sem dó nenhuma de uma trupe que resolve alugar o celeiro da fazenda dela pra rodar um filme pornográfico. Meses depois, foi a vez da prequel contar o começo da história de Pearl. Pra mim, o grande favorito ao prêmio da motosserra.
Pearl é uma jovem que vive com a mãe e o pai numa fazenda nos Estados Unidos. Ela é linda e sonhadora. Quer se tornar uma grande atriz e dançarina. Mas contra seus sonhos, realidades duríssimas: é casada e aguarda notícias do marido que foi pra guerra. E precisa cuidar do pai, quase um vegetal numa cadeira de rodas. A mãe, superprotetora, poda a jovem de qualquer chance de ter uma vida diferente da que ela leva.
Nesse contexto, Pearl descobre a libertação não através da arte, mas da violência. A interpretação de Mia Goth (que já comentei aqui na coluna sobre ser neta da atriz brasileira Maria Gladys quando escrevi sobre X), com certeza, a coloca como favoritíssima ao prêmio de melhor atriz. Ti West também deve abocanhar o de diretor.
Foi o que votei quando participei da enquete aberta ao público para escolha dos vencedores.
Noites Brutais, disponível na Star+, conta a história de uma moça que vai participar de uma entrevista de emprego em Chicago.
Ela aluga uma casa via Airbnb e, quando chega ao local numa noite chuvosa, se surpreende ao saber que já tem um inquilino no local. Justamente vivido por Ste skaa, o mesmo que ressuscitou o palhaço Pennywise em IT. Só isso já seria motivo pra sair correndo dali. No entanto, todos hotéis lotados na cidade e um bairro completamente assustador, cheio de casas abandonadas, faz com que ela resolva dividir a noite com o cidadão. Várias surpresas e uma produção muito bem-feita garantem sustos e medo na medida certa.
O Telefone Preto marcou a minha primeira coluna Toda Sexta é 13. E não mudei minha opinião sobre o filme. É legal, mas perdeu a chance de ser muito mais. Dois irmãos (a menina, uma sensitiva) se envolvem com um assassino serial de crianças.
O menino acaba prisioneiro e é ajudado por espíritos de vítimas anteriores para tentar sobreviver. A atmosfera meio Stranger Things deixou o filme mais com cara de adolescência do que um grande filme de terror. Pena, porque a máscara que o assassino usa é uma da mais legais dos últimos tempos.
Não, Não Olhe eu gostei bastante. Jordan Peele o diretor da obra-prima Corra leva a atmosfera tensa, de roer as unhas, para uma fazenda de criação de cavalos que, de repente, passa a ser assombrada por um ser do espaço. Ele traça um paralelo com um macaco ator de uma série de televisão que surta e ataca todo o elenco deixando mortos e desfigurados. O instinto animal é algo que exige cuidado. E um animal que você nem consegue ver como se parece, então… Jordan Peele sempre será forte concorrente a prêmios porque já se estabilizou como gênio.
X já escrevi sobre e, apesar de ser um slasher puro, e de ter me divertido demais ao assisti-lo no Prime Video, seria minha quarta opção. Pearl, Nope, Barbarian, X e The Black Phone. Pra mim, essa é a minha ordem de preferência. Dia 21 vamos ver se estou alinhado com a maioria dos fãs de terror.
Qualquer um que for o escolhido sairei satisfeito. Aliás, muito satisfeito com a leva de produtos de terror em 2022. Esperamos que na premiação do ano que vem (referente às produções de 2023), tenhamos várias outras obras pra nos deixar em dúvidas na escolha.
Por enquanto, a barbada existe. A Morte do Demônio: A Ascenção precisa de um concorrente forte para ser destronado. Se não viu ainda, corra antes que saia de cartaz. Apesar da comodidade dos serviços de streaming, não há nada melhor que sentir medo na sala de cinema: grande, escura e com o som alto o bastante pra fazer o coração pular da boca.
