Em 1950 era feito o primeiro live-action dos estúdios Disney
A produção da principal princesa da Disney foi uma aposta arriscada, mas que acabou por revitalizar o estúdio, o consolidando como um dos maiores nomes da animação mundial
Cinderela (1950), filme favorito de Walt Disney, foi produzido em um momento em que a Disney enfrentava dificuldades financeiras após o fracasso de filmes como Pinóquio e Fantasia.
A produção da principal princesa da Disney foi uma aposta arriscada, mas que acabou por revitalizar o estúdio, o consolidando como um dos maiores nomes da animação mundial.
Mas você sabe por que o filme, que marcou a Era de Prata da The Walt Disney Company, é considerado tão icônico até hoje? A resposta está nas técnicas revolucionárias utilizadas em sua animação!
1° filmagem em live-action
O filme foi o primeiro a ser inteiramente pré-filmado em live-action antes de ser transformado em animação. Essa abordagem foi adotada para reduzir custos, já que a Disney, em crise, não podia arcar com refação de cenas animadas que não ficassem perfeitas de primeira.
Os atores reais foram filmados em estúdio, e suas performances foram reproduzidas detalhe por detalhe pelos animadores — ou seja, foi como um “copiar e colar” de um filme inteiro interpretado por atores. A técnica se destacava porque, na época, os animadores costumavam apenas captar os movimentos dos artistas previamente e só então começavam a desenhar.
Embora limitasse a liberdade criativa dos animadores, esse método garantiu maior precisão nos movimentos e expressões dos personagens, resultando em uma animação fluida e realista.
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Posicionamento das câmeras
Além disso, o filme contou com um processo de produção meticuloso, que envolvia a criação de storyboards — uma sequência de quadros com ilustrações, semelhante a uma história em quadrinhos — e a aprovação de layouts, que definiam a organização dos elementos visuais em cada cena.
O diretor de fotografia do live-action posicionava as câmeras de acordo com os layouts, garantindo que os movimentos dos atores fossem capturados de forma a facilitar a transição para a animação.
Em alguns casos, os animadores chegavam a colar recortes dos atores sobre os desenhos para assegurar que os movimentos fossem fiéis às referências.
Expressões faciais marcantes
Outro aspecto notável foi a escolha de atores com expressões intensas para servirem de modelo. Eleanor Audley, que deu voz e interpretou a madrasta no live-action, foi fundamental para a criação da vilã Lady Tremaine, cujas expressões faciais e movimentos foram meticulosamente transferidos para a animação.
Detalhes que fizeram a diferença
Inovações como a representação do movimento das rodas da carruagem por meio de espirais — que simulavam a rotação sem a necessidade de animar cada detalhe — e a cena da transformação do vestido de Cinderela, favorita de Walt Disney, elevaram o filme a outro patamar.
A animação foi um marco visualmente deslumbrante para história do cinema e trouxe à vida personagens que são iconicos até hoje, como a própria Cinderela, a cruel madrasta, as irmãs invejosas e os adoráveis animais que auxiliam a protagonista.
