A força da mulher na comunicação

Saber se expressar com empatia, autoridade e segurança contribui para que as mulheres conquistem mais espaços

Por muito tempo, as mulheres foram silenciadas, tinham pouca chance de se expressar e ter voz ativa. E raras eram as que alcançavam postos de liderança.

Apesar dos avanços das últimas décadas, ainda há um longo caminho a ser trilhado quando analisamos a igualdade de oportunidades para homens e mulheres, especialmente no mercado de trabalho, na política, no comando dos Poderes.

Mas não podemos negar que progredimos em vários aspectos. Hoje em dia mulheres ocupam cargos de chefia em todas as áreas, comandam empresas, instituições públicas e privadas.

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(Foto: Reprodução/internet)

Dentre tantos assuntos que são discutidos neste mês de março, quando é comemorado o Dia Internacional da Mulher, trago aqui uma reflexão sobre as estratégias que as mulheres podem adotar para aprimorar sua comunicação e tornar sua voz cada vez mais ouvida.

Não precisa falar como homem para ser respeitada como mulher

Um dos grandes desafios para uma mulher na vida profissional é encontrar o equilíbrio para se comunicar com credibilidade, autoridade e empatia. Para muitas líderes, o objetivo maior é não precisar falar como homem para ser respeitada como mulher.

Uma atitude importante para conquistar esse respeito é saber se impor quando alguém tenta interromper sua fala. Existe até um termo em inglês para definir esse comportamento: manterrupting. Isso ocorre geralmente em ambiente de trabalho, quando um homem interrompe uma mulher, atrapalhando sua participação. Numa situação desagradável como essa, a mulher precisa ser firme e deixar bem claro o recado: “Ainda não terminei. Por favor, não me interrompa”.

Empatia e intuição

A palestrante Keila Dier, especialista em liderança e empreendedorismo, foi entrevistada pela coluna Comunicação de Primeira e trouxe dicas para mulheres que desejam aprimorar a habilidade da comunicação.

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Keila Dier é palestrante e especialista em liderança (Foto: arquivo pessoal)

Quais características femininas podem ajudar a mulher a se comunicar de forma mais assertiva?

Keila: Nós mulheres possuímos uma sensibilidade incrível, o famoso “feeling”, e precisamos usar isso a nosso favor. Já ouvimos falar muito que os homens são mais racionais e lógicos e as mulheres mais intuitivas, vulneráveis e empáticas. Isso não significa que ambos não possam desenvolver essas características opostas, muito pelo contrário, podem sim.

A vulnerabilidade é algo positivo, ao contrário do que muitos pensam. Mostrarmos que somos seres humanos com fraquezas e dificuldades nos conecta com as pessoas e torna nossa comunicação muito mais assertiva.

A mesma coisa acontece com a empatia. Quando procuramos entender o que o outro sente, conseguimos nos comunicar de uma forma que o outro entenda mais facilmente.

Comunicação está muito mais relacionada com o que o outro entende do que com o que eu falo. Por isso a importância de nos conectarmos para nos comunicarmos.

Mulheres em posição de poder e liderança devem mudar a forma de se comunicar para impor respeito?

Keila: A maneira com a qual nós nos comunicamos diz muito a nosso respeito. E algo muito importante é saber que nos comunicamos não apenas através das palavras, mas também através do olhar, dos gestos, das nossas atitudes.

O medo do julgamento, do que os outros vão pensar sobre nós muitas vezes nos limita, nos impede de sermos nós mesmas e até de realizarmos nossos sonhos. E pode nos impedir, por exemplo, de assumirmos um cargo de liderança.

Por isso poder tem a ver com autoconfiança e com autenticidade, com o fortalecimento da nossa conexão interna, ‘Eu comigo Mesma’. E a partir do momento que vou me fortalecendo internamente, minha autoconfiança vai aumentando e, consequentemente, minha comunicação vai se aprimorando e vou conquistando o respeito das pessoas.

E para conquistar o respeito das outras pessoas precisamos nos respeitar primeiro, respeitar nossa essência feminina, sermos autênticas, para que possamos extrair o que temos de melhor.

Leia mais

  1. Será que você fala demais?

  2. Comunicação usada para o bem e para o mal

  3. Por uma comunicação acolhedora na volta às aulas

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Comunicação de primeira, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

Comentários (1)

  • Rafaela Brito

    Excelentes a abordagem e a reportagem feitas!!! Autenticidade é a transparência da alma. 🙂

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