Alfredo da Mota Menezes

Alfredo da Mota Menezes

América Latina, EUA e imigrantes

Há países campeões em perder população para o exterior. Os dois maiores, no momento, são Venezuela e Cuba

Pesquisa mostrou que três em cada dez latino-americanos querem deixar seus países. A maioria desses supostos imigrantes pretende ir para os EUA. Do Brasil, a maioria que gostaria de deixar o país, é de jovens que nem estudam e nem trabalham. Esse assunto está pegando cada dia mais na América Latina.

Funsat Itinerante
Imigrantes em busca de emprego. (Foto: Renata Fontoura/Primeira Página)

Temos alguns países campeões em perder população para o exterior. Os dois maiores, no momento, são Venezuela e Cuba. Mais de seis milhões de venezuelanos já deixaram o país. Número alto pelo tamanho da população de 28 milhões de habitantes. Outro país com muita imigração, basicamente para os EUA, é o México.

O México é também usado por muitos imigrantes da Guatemala, Honduras, Nicarágua, El Salvador e ainda do Panamá para irem para os EUA. Da América Central o que menos tem imigrantes é a Costa Rica.

Alguns autores, ao estudarem esse assunto, “culpam” os EUA para o número enorme de centro americanos que querem ir para lá. É que, mostra a história, os EUA tiveram um controle da vida política e econômica dos países dessa região. Foi o lugar onde os EUA primeiro exerceram influência no exterior.

Começou com o plantio de frutas, principalmente banana, por empresas norte americanas na América Central. A mais famosa ali foi a United Fruit Company ou, no nome em espanhol, La Frutera. Depois de muito tempo nessa exploração, os EUA vão deixar, aos poucos, essa produção. O centro americano não tinha quase alternativas de ganhos ou rendas.

O norte americano também controlou a política em todos os países. Governos caíam e subiam com o apoio deles. A maioria dos governos era de militares no poder. Ou seja, controle econômico e político de toda uma região. Toda essa história é comum nos livros que tratam da presença norte americana na América Central e Caribe.

Nessa região a única exceção é o caso cubano. Foi para a esquerda, expulsam os norte americanos que dominavam o setor de açúcar, teve apoio de Moscou e fez da ilha um lugar diferente. E, apesar disso, hoje, mostram os números, tem muitos cubanos, como o caso da Venezuela, indo para outros países.

Um pouco de ficção histórica. Se os EUA tivessem investido na educação do povo da América Central ou Caribe ou se parte dos ganhos, com a exportação de frutas e açúcar, ficasse nos países onde se produzia, talvez a situação hoje fosse outra. Não se teria tanta gente na pobreza e procurando meios de saírem dos países e a maior parte querendo ir para o antigo colonizador.

Mas, voltando para a realidade dos fatos, não existe filantropia ou aquele sonho de que o norte americano iria investir para criar um povo mais independente na região. Capitalismo nunca fez isso em lugar nenhum.

O exemplo dado pelos ingleses, pátria mão dos EUA, mostra isso com bastante clareza. Vai continuar a ida de milhões de latino americanos, basicamente do México, América Central e Caribe, para o país do norte. O criador da confusão que tome conta da cria agora.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Alfredo da Mota Menezes , e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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