Aos 61 anos, Rosely descobriu o prazer de ser nômade no Brasil
Nascida em Corumbá, a aposentada já passou por diversas cidades e estados brasileiro, trocando trabalho por experiências culturais
Indo no caminho contrário de muitas pessoas que se aposentam, mas desejam continuar trabalhando no ofício que exerceram durante toda vida, Rosely Bispo, de 61 anos, encontrou na vida de nômade a oportunidade de conhecer cidades brasileiras e gente do mundo todo.
Ao Primeira Página, a corumbaense contou como surgiu a vontade de seguir esse estilo de vida. Inicialmente, o sonho era viajar através de motorhome (uma espécie de casa sobre quatro rodas). Enquanto assistia vídeos na internet, começou a receber indicações de perfis de quem tem como estilo de vida, fazer trilhas para chegar ao destino.
“Os vídeos foram evoluindo até que cheguei aos nômades, que chegavam de carro, ônibus ou avião. Isso abriu a mente e cheguei a conclusão que era possível experimentar. Conheci uma plataforma digital, que faz os contatos entre o voluntário e o anfitrião. Estudei com detalhes o que era preciso para estar atenta nos locais e necessário para uma hospedagem básica”, disse.
Moradora de Campo Grande, a aposentada escolheu Teresina (PI) como primeiro destino. Já de cara, enfrentou um problema: o despacho da bagagem, que precisou ser feito no dia seguinte à chegada, pela filha, no aeroporto da capital sul-mato-grossense.
“Conheci alguns pontos turísticos da cidade, como a ponte estaiada, o encontro dos rios Parnaíba e Poti, o centro da cidade. Segui depois para Barra Grande, litoral sul, no município de Cajueiro da Praia, local propício para a prática de kitsurf, praias tranquilas, e comunidade aconchegante. Fiquei hospedada em um Eco Hostel, que tem projeto consciente com base em sustentabilidade, a menos de 1 km da praia”, contou.
Após viver essa experiência, Rosely pontuou que descobriu uma nova paixão: a vida de nômade. A partir daí, decidiu explorar outros destinos que, antes, via apenas pela televisão.
“O segundo local foi em Ilhéus (BA). Me desloquei de carro sozinha e percorri aproximadamente 2,3 mil quilômetros em 6 dias. Passei por lindos locais, cidades históricas, e deslumbrantes. O local de hospedagem era um camping, paradisíaco, e em frente ao mar, na Praia dos Milagres, com uma cabana somente pra mim. Acomodei minhas traias como se estivesse em casa. O terceiro voluntariado foi em Alter do Chão (PA). No local encantado com vidas felinas, alta rotatividade, com tarefas bem definidas em escalas de horário”, contou.

Vida de nômade aos 60 anos
Diferente do que muitos pensam, Rosely contou que encontrou em cada lugar que passou, acolhimento vindo de jovens do Brasil e do mundo todo, que também escolheram esse estilo de vida.
“Os locais são receptivos para pessoas de qualquer idade, o ideal é que vá com vontade de trabalhar, isso sim é o que importa. O maior aprendizado é saber que somos capazes. Podemos realizar sonhos que ficaram guardados em nosso âmago. Participar de intercâmbios culturais não estiveram ao meu alcance naquela época. Hoje com as filhas “criadas” estou aberta a novas experiências e aprendizado”, relatou.
Em abril, o planejamento é conhecer todo o estado de São Paulo. A previsão é ficar ao menos um mês viajando pelos municípios.
“Cada local conhecido, cada comunidade que entrei, cada cultura vivenciada, valeu a pena, e com certeza repetiria novamente, mas, existem muitos locais que não conheço e preciso aproveitar a oportunidade, portanto, ainda haverá histórias a serem contadas”, finalizou.
