Aprenda a pedir

A comunicação usada para fazer um pedido é determinante para que ele seja atendido ou não

‘Seu pedido é uma ordem!’

‘O que você me pede chorando que eu não faço sorrindo?’

Esses ditos populares expressam bem o sentimento que muitas vezes temos em relação ao que os outros pedem para nós ou ao que nós pedimos aos outros. Mas será que para sermos atendidos é preciso que seja uma ordem? Será que precisamos apelar ao choro para comover alguém a considerar nosso pedido? Claro que não! Algumas técnicas de comunicação ajudam a fazer com que o pedido tenha muito mais chances de ser atendido.

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Aquele que pede algo – pode ser o filho para o pai, o aluno para o professor, o subordinado para o chefe, o advogado para o juiz, alguém pedindo um favor para um amigo, vizinho ou parente – se adotar uma comunicação assertiva, terá muito mais êxito do que se partir para práticas agressivas, usando uma comunicação violenta.

Como pedir 

É preciso destacar que, em todos esses contextos, o pedido deve ser feito com cordialidade e educação. Gritos e desrespeito ao falar podem fazer com que o outro atenda ao pedido por causa do medo. Se o objetivo não for amedrontar, e sim convencer, não vai funcionar por muito tempo. Mesmo que seja uma ordem, uma determinação, isso tem que ser feito de forma cordial. 

Aliás, dar ordem é diferente de fazer um pedido. E geralmente as pessoas têm muito mais boa vontade ao atender a um pedido do que ao cumprir uma ordem. O ideal é sempre explicar o contexto do pedido. 

No caso de alguém em posição de liderança, é primordial ter a capacidade de persuadir os outros a colaborar em diferentes situações. Em ambientes familiares ou profissionais, se há um bom relacionamento, as pessoas ficam mais dispostas a ajudar. 

Objetividade ao pedir 

Quando pedimos algo, temos que deixar bem claro o que queremos. O que é óbvio para nós pode não ser para a outra pessoa. E ninguém é obrigado a adivinhar o que passa pela nossa cabeça. Em vez de dizer: ‘organize a casa’, explique o que você quer que fique organizado, já que o seu parâmetro de organização pode não ser o mesmo que da outra pessoa.

A professora Samanta Luchini, mestre em Administração com foco em Gestão e Inovação Organizacional, afirma que pedir por ações específicas e concretas (o que fazer) é mais produtivo do que pedir por atitudes ou características (como ser). “Quando fazemos um pedido de forma generalizada, reduzimos consideravelmente as chances de o outro nos atender, mesmo que ele esteja revestido das melhores intenções e disposto a colaborar”, afirma Samanta. 

Nesse aspecto, é válido relembrar dois dos fundamentos da CNV (Comunicação Não-Violenta): (hiperlink aqui para a coluna sobre CNV) 

  • Expressar as necessidades – assim o outro vai entender o que esperamos dele. 
  • Fazer pedidos objetivos – por meio de uma solicitação específica, deixe claro o que se quer da outra pessoa, usando uma linguagem positiva, em forma de afirmação, para fazer o pedido. É preciso expressar o que está sendo pedido, e não o que não está pedindo, pois solicitações negativas geralmente provocam resistência.

E se, mesmo com a comunicação adequada, o pedido não for atendido, tenha serenidade. Receber ‘não’ faz parte da vida e temos que aprender a lidar com isso, afinal vamos ouvir mais ‘não’ do que ‘sim’ ao longo da nossa trajetória. E algo que também é muito importante: saiba agradecer quando o pedido é atendido, especialmente quando isso exigiu do outro um certo esforço.

Leia mais:

O líder que se comunica bem

Conversas difíceis, porém necessárias

Nem agressiva, nem passiva. Comunicação deve ser assertiva

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Comunicação de primeira, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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