Cinco coisas que não te contam sobre a chegada dos filhos

Filhos chegam para virar a vida do avesso e, talvez, te mostrar que o avesso é na verdade o lado certo...

Sinto arrepios quando vejo aquela mãe recém-nascida com os sinais tão característicos do puerpério: olheiras, cabelos por lavar, semblante aéreo por falta de dormir, fralda no ombro, bebê nos braços.

Criancas 2
Filhos chegam para virar a vida do avesso (Foto Arquivo Pessoal)

Tento, claro, dar meu apoio, nem que seja pelo menos com o olhar. “É surreal, mermã, não precisa fingir que não”. A gente, pelo menos quando está na primeira viagem, tem o hábito de tentar esconder o caos, com medo do que vão pensar.

Afinal, nunca passamos por isso antes e com o silêncio geralmente mantido pela sociedade quanto à realidade materna, achamos que de fato é só com a gente.

Nos sentimos ingratas, não entendemos a oscilação rápida entre amor e ódio várias vezes ao dia. Questionamos nossa sanidade (que, ok, nem sempre está lá aquelas coisas).

Mal sabemos que é NORMAL se sentir assim e não precisamos de mais culpa para pesar o fardo que já é grande durante o puerpério.

E, sim, minha amiga, muito provavelmente você vai olhar as fotos desta época de neblina e, já com a capa de chuva da experiência, conseguirá enxergar o sol que fazia lá no fundo… Pode verbalizar isso, sem medo! Não precisa esconder o quão cinza foi essa fase e que, sim, você sente saudade, mas não quer viver tudo novamente.

Só a gente sabe o que é passar pelo puerpério. Não permita que quem sequer ofereceu ajuda nessa época te julgue por olhar para trás com nostalgia, porém sem vontade de bancar tudo outra vez.

Dito isto, e para que você não se sinta um ET achando que ninguém mais se sente assim, lá vão cinco coisas que TODO MUNDO sente, mas não verbaliza, sobre a chegada dos filhos:

  • Sensação de amor e ódio: calma! Não é ódio, ódio. É uma pequena raiva causada pela exaustão que vai te fazer muitas vezes naquela conhecida frase “aonde eu fui amarrar meu burro?”. No instante seguinte, quando teu pequeno fizer uma gracinha, o amor virá à tona, acredite. É do ser humano não estar sempre calmo e feliz, com os filhos não seria diferente.
  • A tal liberdade se foi para sempre! Sim, sem exagero. Mesmo com os filhos grandes e a liberdade física de volta, o coração sempre vai estar preso à preocupação. É natural também. Filhos são o máximo do amor e, consequentemente, longe dos olhos, eles causam preocupação.
  • A proporção das coisas muda: o amor e aquela sensação de responsabilidade sobre um ser humano vai fazer você simplesmente não se importar mais com certas coisas e valorizar muitas outras. Na infância, por exemplo, um cocô no vaso ao invés de na fralda vai parecer uma vitória da Seleção Brasileira.
  • O tempo é relativo: os dias se arrastam, enquanto os anos voam. Você já deve até ter ouvido algo do tipo, mas, na prática, o sabor é outro. O cotidiano engole a gente dentro das responsabilidades que precisamos arcar e equilibrar junto à maternidade, mas no folhear do álbum de fotos, de um natal ao outro, vai parecer que o tempo passou numa fração de segundos.
  • Ter filhos é inexplicável! Posso passar um dia inteiro tentando expressar aqui o que é ter um filho, mas falharei miseravelmente. Não tem como colocar em palavras a dualidade do sentimento mais puro que você vai sentir na vida.

Filhos chegam para virar a vida do avesso e, talvez, te mostrar que o avesso é na verdade o lado certo…

FALE COM O PP

Para falar com a redação do Primeira Página em Mato Grosso do Sul, mande uma mensagem pelo WhatsApp. Curta o nosso Facebook e nos siga no Instagram.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista E eu nem queria ser mãe, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

Comentários (1)

  • Brigida Aparecida da Silva Godoy

    Cara,tanta polêmica,devemos respeitar quem quer ter filhos ou não ,e respeitar sobretudo quem quere a quantidade de filhos,será essa publicação alfinetada ou impulsionar para refletir?hoje meus filhos estão crescidos,tenho meus netos e netas e sinto saudades sim deles em todas as fases,o que me alegra é ter feito tudo o possível por eles e agora faço pelos netos e netas,as olheiras continuam ,o cansaço também,mas sou feliz .

Leia também em Comportamento!

  1. Por que ruas do Santa Amália têm nomes de aves? BQQ revela origem curiosa

    A reportagem especial mostra que a mudança começou ainda em 2001, quando...

  2. O tom de voz também comunica

    A sua maneira de se comunicar não depende somente do que você fala, mas...

  3. Lúcia Maggi, aos 93 anos, tem fortuna equivalente a cerca de R$ 5 bilhões. (Foto: Divulgação) Ela aparece na lista da Forbes de mais ricos do brasil

    Lista da Forbes 2025 tem só uma mato-grossense e ela tem R$ 5 bilhões

    A edição 2025 da tradicional lista de bilionários divulgada pela revista Forbes...

  4. Lei do Stalking: 4 anos combatendo perseguidores

    Como a perseguição que sofri ajudou a criar uma lei federal...

  5. Número de casas com internet ultrapassa o de TVs em MT, segundo IBGE

    Em Cuiabá, o número de pessoas com acesso a internet é maior...