Comunicação: habilidade que deve ser ensinada na escola

Uma das competências mais requisitadas no mundo profissional pode ser trabalhada desde a infância

Não há como negar: qualquer que seja a profissão escolhida, a pessoa precisa se comunicar bem. Em algumas carreiras esse requisito é mais necessário que em outras, é verdade. Mas a habilidade de se comunicar bem vai fazer a diferença e pode alavancar a carreira em qualquer área. Se a comunicação é tão necessária assim, por que nem sempre é treinada nas escolas, desde os primeiros anos?

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que norteia os currículos de escolas públicas e particulares, da educação infantil ao ensino médio, defende o desenvolvimento integral do aluno, incluindo o estímulo de competências, como a comunicação. Mas, na prática, como isso por ser feito?

A BNCC orienta que as escolas trabalhem essas competências junto com os conteúdos curriculares, ou seja, dentro das disciplinas tradicionais, como matemática, língua portuguesa, história, geografia e ciências. Criar atividades que estimulem o aluno a melhorar sua oratória ajuda no desenvolvimento da autoconfiança, do pensamento crítico e na capacidade de defender suas opiniões.

Professores sempre têm relatos de alunos que sentem vergonha até mesmo de tirar dúvidas em sala, de responder perguntas, não pedem ajuda porque não se sentem à vontade para se comunicar. Ser estimulado a vencer o medo de falar na frente dos colegas na sala de aula pode ser o primeiro passo para falar bem para um público maior e desconhecido.

O incentivo ao desenvolvimento da comunicação na escola pode ser por meio de atividades que possibilitem que o aluno expresse seu ponto de vista, seja em debates ou apresentação de mini palestras, por exemplo. Aulas de teatro ou canto também ajudam a quebrar o temor de se apresentar em público. Outra ideia é oferecer cursos ou aulas de oratória, como atividade extracurricular.

crianca seria com um microfone
Crianças devem aprender habilidade de comunicação (Foto: Imagem de asier_relampagoestudio no Freepik)

São vários os especialistas em educação que defendem que as escolas ampliem a oferta de conteúdos que podem complementar as disciplinas tradicionais que, sim, serão sempre importantes, mas não bastam para o desenvolvimento integral do ser humano. Educação financeira, empreendedorismo, inteligência emocional e oratória seriam alguns desses conteúdos extras para estimular competências que serão cobradas na vida adulta.

O desenvolvimento de técnicas para se comunicar melhor é uma forma de superar uma limitação comum na geração Z (nascidos entre 1995 e 2010). Com o excesso de interações no mundo virtual e carência de interações no mundo real, muitos acabam tendo dificuldades de socialização e compreensão de determinadas situações, especialmente no trabalho. O assunto foi tema de uma reportagem publicada pela BBC News em abril deste ano, com a análise da professora Helen Hugues, da Escola de Negócios da Universidade de Leeds, no Reino Unido. “É principalmente a questão de comunicação”, diz a professora sobre barreiras que têm surgido no mundo profissional envolvendo jovens que tiveram muito contato com a ambientes virtuais.

Comunicação digital é uma coisa, comunicação no mundo real é outra, exige olho no olho, diferentes tons de conversa, saber improvisar. A capacidade de se comunicar bem não é uma habilidade com a qual a pessoa nasce. Isso é uma competência que é treinada e aprimorada ao longo da vida. E a escola é, portanto, o melhor lugar para o desenvolvimento desse aprendizado.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Comunicação de primeira, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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