Comunicação que estimula a criatividade
Crianças e adolescentes devem ser incentivados a se expressarem de forma verbal e não verbal. Isso os torna mais criativos
Criatividade é algo que se aprende ao longo da vida. E essa competência tem uma relação muito próxima com a comunicação.
Ainda na infância, quando a criança começa a balbuciar as primeiras palavras, ela está tentando compreender, se inserir e se comunicar com o que há à sua volta. Depois, na escola, o desenvolvimento se acelera. Tornar-se um adulto criativo ou não depende muito dessa fase inicial da vida.

Da família, vem o primeiro estímulo à comunicação e à criatividade. Por isso é preciso se atentar à forma como a criança é incentivada a se expressar. Pais e pessoas próximas devem conversar usando o vocabulário adequado, sempre ajudando a criança a se comunicar e ensinando novas palavras.
Psicopedagogos são unânimes em afirmar que se deve evitar a linguagem tatibitate (aquele jeito de falar como bebês), por mais “fofinha” que pareça. Se o bebê falar “pepeta” em vez de “chupeta”, não repita “pepeta”, reforce a forma de pronunciar “chupeta”. Outra coisa importante: crianças aprendem por imitação. Por isso, quem tem criança pequena em casa precisa refletir sobre qual tipo de comunicação ela está presenciando e repetindo.
Um recurso muito valioso para desenvolver a comunicação e a criatividade das crianças é a leitura. Quando a criança ouve histórias infantis sendo contadas com interpretação do texto, vendo as imagens, sentindo as texturas, ela vai desenvolver sua imaginação.
Outras dicas de comunicação para estimular a criatividade de crianças e adolescentes, em casa e na escola:
✅ Incentive atividades que desenvolvam a capacidade de argumentação
Quando a criança está na fase do “por que”, responda aos questionamentos, de acordo com a idade e a maturidade dela. Jamais ignore a pergunta.
Quando chega a fase do “não concordo com isso!”, questione: “de que forma você faria?” É óbvio que a decisão será dos pais, mas é importante ouvir a opinião da criança.
Na escola, exercícios simulando debates são uma ótima forma de treinar a capacidade de argumentar e ouvir opiniões diferentes.

✅ Estimule a participação em atividades, como teatro, cursos de oratória e de língua estrangeira.
Além de contribuir no desenvolvimento da linguagem, essas atividades ajudam no desenvolvimento da linguagem não verbal, pois os gestos e expressões corporais também são uma forma de se comunicar.
✅ Nunca diga frases como: “você não sabe nada mesmo, hein?!”; “você errou tudo! Não aprendeu nada?”; “sem condições essa sua fala!”.
Esse tipo de comunicação violenta pode gerar bloqueios emocionais da criança e do adolescente. É possível ensinar e corrigir as falhas com outros recursos.
✅ Ouça!
Pratique a escuta ativa para poder entender o que se passa na cabeça do menino ou da menina.
Brasileiros têm nota baixa em criatividade
Comunicação e criatividade andam sempre juntas no desenvolvimento humano e serão intensamente cobradas na vida adulta. O mercado de trabalho precisa cada vez mais de pessoas que busquem soluções criativas, que tenham capacidade de “pensar fora da caixa” e se comunicar bem.
E quando o assunto é criatividade, o desempenho do brasileiro fica muito abaixo da média mundial. Foi o que apontou uma pesquisa da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que mediu o pensamento criativo de estudantes de 64 países. Os dados foram divulgados na semana passada.
A OCDE dedicou um dos volumes de pesquisas do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) ao tema “Mentes criativas e escolas criativas” por considerar que o pensamento criativo é importante para ajudar jovens estudantes a se adaptarem a um mundo de mudanças cada vez mais rápidas. O estudo avaliou a capacidade dos alunos de 15 anos de pensar criativamente, com competência para se envolver na geração, avaliação e aprimoramento de ideias originais e diversas.
Em um ranking de 64 países, Singapura ficou em primeiro lugar no ranking, com 41 pontos. A média nos países da OCDE ficou em 33. Acima da média ficaram países, como: Coreia do Sul e Canadá (ambos com 38 pontos), Austrália (37); Nova Zelândia, Estônia e Finlândia (36); Dinamarca, Letônia e Bélgica (35); Polônia e Portugal (34 pontos). O Brasil ficou na 49ª posição, com 23 pontos.
A OCDE avalia que a pedagogia em sala de aula contribui diretamente para a formação do pensamento criativo. Os alunos têm melhor desempenho quando os professores os estimulam a buscar respostas originais e quando dão a eles oportunidade para que expressem suas ideias. O estudo também apontou que são mais criativos os estudantes que participam de atividades como artes, teatro e redação criativa.
Pesquisas como essas reforçam a importância de propiciar em casa e na escola um ambiente com uma comunicação assertiva e acolhedora. Isso vai colaborar no desenvolvimento de pessoas que vão ser, não somente mais criativas e se comunicar melhor, bem como seres humanos que vão conseguir enxergar melhor o mundo à sua volta.
Comentários (1)
Bom dia!Luzimar?Amei? está matéria,me acrescentou muito.