É preciso uma aldeia para criar uma criança
Na correria da vida adulta, porém, sabemos que a aldeia se perdeu. É difícil que pessoas consigam, durante seus intervalos de descanso, ser rede de apoio
Escrevo esse texto com meu coração quentinho e olhos marejados. É preciso uma aldeia para criar uma criança, já dizia ditado africano. Na correria da vida adulta, porém, sabemos que a aldeia se perdeu. É difícil que pessoas consigam, durante seus intervalos de descanso, ser rede de apoio.

Mas, mesmo na individualidade do estilo de vida contemporâneo, vi no último fim de semana que quando possível a aldeia se forma. Como num casamento em um restaurante sem espaço kids em que todos se unem na distração dos pequenos e os noivos se desprendem do protocolo para cantar parabéns em volta do bolo para não frustrar as crianças.
Sim, gente, Maria Cecília e Caetaninho viram o bolo e docinhos do casório e não paravam de pedir para cantar parabéns. Depois do discurso e das declarações de amor, meus amigos Geisy (que também é repórter comigo aqui no Primeira Página) e o Paulo não pensaram duas vezes. Puxaram um sonoro parabéns acompanhado pelos convidados. Foi lindo demais com meus pequenos.
Já no domingo, durante a festa de fim de ano da TV Morena, empresa que tenho a honra de integrar, simplesmente festei. A mãe ficou ON, muito ON (tanto que sequer tenho foto), mas isso só foi possível porque minhas crianças passaram de braço em braço.
Poderiam ter me julgado por estar bebendo e dançando como se não houvesse amanhã, mas fizeram o contrário, me permitiram aproveitar como há muito tempo não fazia. Não vou nominar ninguém aqui porque certamente vou pecar pelo esquecimento, mas quero deixar meu registro mais sincero de gratidão.
Dizer, meus caros colegas, que pode parecer simplório, porém tem uma significância enorme esse cuidado. Muito mais do que se fosse comigo mesma. Cuidar dos filhos é cuidar da mãe também.

Quem dera todo mundo tivesse essa consciência, essa doação de tempo mesmo que curto para ver os pais caindo na diversão. Sim, o pai das crianças, meu companheiro, também aproveitou (não tanto, confesso).
Estendo o agradecimento aos amigos que em outras ocasiões foram apoio. Estes momentos são o resgate daquela mulher que um dia pôde festar, dormir até tarde, pegar um cineminha, sair num fim de tarde. São esses fôlegos que nos enchem os pulmões quando o batidão das crianças fazem a gente sufocar.

Caso você esteja lendo este texto e ainda não exerça a função “rede de apoio” por falta de tempo, fica aqui a dica para colocar em prática nas festas de fim de ano. Cuidar do filho alheio para que a mãe coma, interaja, se sinta inserida para além da área kids.
Pense que você terá muitas outras festas, baladas, saídas, mas aquela mãe, pelo menos por ora, tem que escolher a dedo quando sair por motivos que estão além da sua vontade.
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