Fernandas e a lição de que ver filho ir além, vale mais que ouro

Quando um filho tem qualquer conquista, a mãe sente ainda mais

Ah Fernandas! Ah, Fernanda, que hoje é Maria, João, Teresa, Antônio, Enzos, Sofias, eu, você e todos os brasileiros! Futuro repete o passado na pele de duas gerações. Dois Globos de Ouro, duas indicações ao Oscar como melhor atriz e melhor filme, duas atrizes ímpares que poderiam ser a mesma.

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Fernanda Torres e Fernanda Montenegro (Foto: Arquivo)

Fernanda, que na verdade é Arlete, e viu não só seu nome artístico tomar forma numa artista, como recebeu seu prêmio através dos olhos da filha, Fernanda. Não, gente, ela não esteve quase lá. Dona Fernandona o recebeu.

Quando um filho tem qualquer conquista, a mãe sente ainda mais. Óbvio que ter o trabalho reconhecido com um dos prêmios mais relevantes do cenário cinematográfico mundial é sensacional. Mas ver a filha refazer esse caminho e conseguir chegar ao objetivo, putz, deve ser inenarrável.

E agora, mais uma vez, como se a vida nos compensasse por não haver uma máquina do tempo para corrigir as injustiças causadas por golpes do destino, veio o Oscar tão merecido. Fernanda Montenegro colocou o Brasil num lugar jamais alcançado antes, lá em 1999, com o icônico Central do Brasil.

Fernanda Torres, exatos 27 anos depois, pegou o bastão das mãos da mãe, como numa prova olímpica paralisada, esperando a atleta perfeita para seguir no páreo e conquistar finalmente o lugar mais alto do pódio, e o fez!

As Fernandas são ouro. Sob as mãos do mesmo diretor, Walter Salles, com enredos genuinamente brasileiros, amplificados ao mundo inteiro como cada tema merece. Sim, eu sei. Parte da injustiça segue intacta quando, de novo, o título de melhor atriz não veio. Mas, venhamos e convenhamos, sem elas as tramas não alcançariam os pesos que as levaram tão longe.

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Ambas levaram o Globo de Ouro de melhor atriz (Foto: Reprodução)

A última com o toque essencial de ser retratada sob o olhar de uma mulher, mãe, que se viu sozinha numa luta estendida por décadas até que a mínima justiça fosse feita! Uma leoa chamada Eunice Paiva. Que só poderia ser encarnada por outras mulheres com a mesma fibra, nossas Fernandas.

Ah Cazuza, meu eterno poeta! Às vezes é tão bom ver o futuro repetir o passado e dar o fim merecido a um dos capítulos mais bonitos da história de uma mãe e sua filha. Ainda mais quando o cenário de fundo é justamente a mensagem de nunca mais repetir o passado, não aquele que hoje tomou as telonas e lá atrás tomava os noticiários, as famílias, as vidas…

Manter a história no passado, sem nunca esquecê-la.

E obrigada, Fernandas, por escreverem o nome do Brasil na história do jeitinho que a gente merece.

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Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista E eu nem queria ser mãe, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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