Jesus é amor, e também justiça
O texto de hoje não está aqui para contar uma história específica, destrinchar situações densas do mundo dos seres humanos terrenos, pecadores em sua essência, do ângulo cristão
Esta edição da Capivara Criminal, no ar exatamente no dia do aniversário de 2022 anos de Jesus Cristo, foi concebida para ser diversa dos outros domingos. Afinal, é Natal, e quase todo mundo está aclimatado para a data, até os incréus.

A efeméride tem impacto na rotina de todos, acatando ou não a ideia de um salvador, nascido em 25 de dezembro, parido por uma mulher virgem. O trabalho muda, o andamento das cidades se transforma; faz-se decorações típicas, dá-se presentes, come-se com fartura. Comete-se, inclusive, pecados descritos na Bíblia, entre eles a própria gula, para ficar em um apenas.
É bem difícil passar incólume aos dias de celebração à chegada do “filho de Deus”. Por isso mesmo, o texto de hoje não está aqui para contar uma história específica, destrinchar situações densas do mundo dos seres humanos terrenos, pecadores em sua essência, do ângulo cristão.
A oportunidade é de reflexão.
Quem se manifesta é uma cristã católica não praticante, pois não frequento habitualmente o ambiente físico da Igreja. É alguém cujas convicções, de todas as vertentes, são constantemente abaladas, testadas. Falo das experiências pessoais e do tratamento de choque de realidade intermitente proporcionado pelo Jornalismo.
Como não ser assim? Só nos quatro episódios já colocados no ar no Primeira Página, me ative a relatos sobre malfeitores, de acordo com a polícia e a justiça, capazes de ludibriar, torturar, matar o próximo de forma cruel – e deixar morrer – muitas vezes por ganância.
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Para quem escreve – e espero que para quem lê, pois é parte do objetivo – fica às claras o quanto o ser humano desvia do legado de Cristo. O homem para quem fazemos festa mundialmente, como se sabe, ensinou bem diferente.
Jesus Cristo é o personagem mais pleno de amor para quem o vê como o verdadeiro messias de um novo tempo. Mesmo para não-crentes, a trajetória traz simbologias, valores importantes. São ideologias boas de se perseguir. Pois no fazer da Capivara Criminal, o que enfrento na investigação jornalística e na tecitura da coluna, escancara o desrespeito ao exemplo cultuado.
Não apenas da parte de homens e mulheres agressores às leis feitas pela sociedade. Não só os que apertam o gatilho, enfiam a faca, roubam dinheiro público que deveria melhorar a vida das pessoas, violam corpos inocentes de forma bárbara, agridem quem ama de outras formas, cometem assassinatos levados por circunstâncias banais, ou atacam aqueles de outro credo, de outro lugar.
Fazem o inferno por aqui.
Os detentores do poder de aplicar as punições terrenas, ou evitar que o mal aconteça, também sucumbem. Seja por desídia, seja por corrupção. Não raro, se tornam os criminosos.
A figura de Jesus Cristo, como anotado acima, é puro amor, mas suas falas cristalizadas ao longo de dois milênios vão muito além. Há muito de justiça nas palavras atribuídas ao homem de Nazaré. Precisa ler com olhos de atenção.
No balanço de fim de ano, em meio espírito natalino, a Capivara Criminal se contagia pelas ideias de uma comunidade mais unida, mais próxima, mais amorosa. E quando não for assim, que a justiça prevaleça. Ou seja, tendo fé religiosa ou não, que se leve as ideias de Jesus Cristo a sério.
Daqui uns dias, é outro ano. E novas batalhas diárias para espalhar amor e justiça estarão aí, para serem batalhadas, cada um com suas ferramentas. A minha, é a voz através das palavras.