Não sou obrigada a acreditar que o amor não é para mim
Desde o boy lixo cotidiano com seus misteriosos sumiços aos finais de semana, até a mais refinada desculpa para o desaparecimento (o popular “ghosting” entre os jovens), o longo rol de freadas amorosas é a escola emocional da mulher moderna. É uma esposa escondida, uma namorada em outra cidade, uma ex chamada de louca, um […]
Desde o boy lixo cotidiano com seus misteriosos sumiços aos finais de semana, até a mais refinada desculpa para o desaparecimento (o popular “ghosting” entre os jovens), o longo rol de freadas amorosas é a escola emocional da mulher moderna. É uma esposa escondida, uma namorada em outra cidade, uma ex chamada de louca, um filho para quem o querubim acha um absurdo pagar pensão, as histórias são muitas. Às vezes a vida do cara nem é essa festa toda, sabe? Mas é incrível a capacidade do ser humano de inventar personagens para encarnar e deixar a narrativa um pouco mais interessante.
Simplesmente não acredito que a relação amorosa precise ser tão difícil. São duas pessoas que se parecem minimamente, se desejam mutuamente e resolvem gastar uma fatia da existência juntos. Poderia ser assim fácil? Poderia. Não fosse essa busca insana pelo poder que só a mentira dá.
Uma mulher quando chega aos 40 anos vai ter pelo menos uma separação dolorosa, umas 3 decepções grandes, uma dúzia de decepções pequenas e um cansaço colossal que a faz pendurar as chuteiras amorosas cedo demais.
Acumulando as dores emocionais dos nossos pais, abandonos, mentiras e um visceral instinto de autoproteção, desistimos do amor para evitar sofrimento. Melhor ficar quieta dentro de uma caverna do que se arriscar na tempestade, não? Não. Já que vamos esperar a morte, por que não esperar com alguém que saiba fazer café?
É como jogar Uno: são 20 mãos erradas para uma mão certa. Acho um pecado ver a mana contando que sofreu com a manipulação de um sem-rumo e não quer mais se arriscar a sofrer, prefere não amar a quebrar a cara de novo, não baixa um tinder, não vai para um barzinho, aposentou o decote e a minissaia, simplesmente prefere evitar a fadiga. Ela começa a se sentir fora do jogo, inadequada, como se tivesse perdido o roteiro de como conhecer gente e se relacionar. Entendo totalmente porque a autopreservação é um instinto mesmo, e não há muito o que fazer sobre impulsos como esse, mas será que se deixar afogar nesse pote de mágoa é mesmo uma maneira de se proteger?
A gente não pode desistir do amor porque acumulou experiências mequetrefes. Gente que gosta do teatro da enganação vai existir em qualquer lugar, é do jogo. Esquece, limpa os pés no capacho e abre outra porta. Traumas são bem-vindos porque a experiência nos livra de muita roubada, mas desistir do amor porque viveu uma experiência ruim é como entregar o último centavo da sua fortuna na mão do bandido.
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Você não pode esquecer que merece ser feliz de novo, sabe por quê? Porque a pessoa que te fez sofrer ontem, simplesmente não se importa com a sua dor. Se você nunca mais amar, ponto pra ela. Narciso estará satisfeito.
Se você é um ser humano e está nesse planeta para se lascar de tantas formas diferentes, o amor é um direito adquirido. Você merece um pouco de felicidade para equilibrar as forças do universo. Amor é recomeço, a vida nos exige essas pequenas coragens todos os dias. Não deixe que esse seu direito de amar vida afora seja roubado por quem não terá sequer a decência de ficar no seu caminho tempo suficiente para ser importante.
Comentários (1)
Exatamente…mulher se resignifique, se reconstrua, o amor e direito adquirido, decepções existe mais a esperança nunca pode morrer