O básico da Comunicação
Falar bem em público, usar a linguagem adequada, ser um orador que atrai a atenção de plateias. Isso é o que se espera quando falamos sobre uma comunicação de sucesso. Mas antes de chegar lá, temos que pensar em algo muito mais importante e que é o básico da comunicação: ter boas maneiras.

Não adianta ter uma boa colocação de voz, usar as melhores técnicas de oratória e só ter uma comunicação eficiente no palco durante uma palestra, no comando de uma reunião ou durante uma entrevista. De nada adianta ser um bom comunicador e não dar “bom dia” ao vizinho, “boa tarde” ao colega de trabalho ou “boa noite” ao porteiro do prédio. A boa comunicação seletiva, aquela que só aparece em certas ocasiões, pode até criar conexão momentânea, mas não fará da pessoa um líder de verdade ou um bom comunicador.
O leitor pode estar pensando: “que chato falar de boas maneiras, parece coisa de criança nos primeiros anos de escola…”. É chato mesmo, mas necessário, principalmente em tempos de comunicação cada vez mais digital. Além de relembrar sobre o uso das “palavras mágicas” que nossos pais e professores nos ensinaram na infância (por favor, com licença, obrigada, desculpa, bom dia…), é preciso reforçar que a comunicação é muito mais eficiente quando olhamos nos olhos e não somente na tela do celular quando trocamos mensagens por aplicativos.
O combo “boas maneiras na comunicação” é o remédio para combater atitudes como essas abaixo:
- tratar as pessoas de forma diferenciada, de acordo com a posição hierárquica, status social ou condição financeira (o “bom dia” para o chefe não pode ser diferente do que damos para o funcionário da limpeza);
- interromper os outros o tempo todo durante uma conversa;
- falar demais e não deixar o outro falar durante uma conversa;
- falar alto demais, a ponto de atrapalhar as pessoas à volta;
- não prestar atenção no outro, ficar distraído ou mexendo no celular durante uma conversa (aliás, a escuta ativa já foi tema desta coluna – Cê qué vê? Escuta!)
- não saber argumentar de forma pacífica e transformar diálogo com pontos de vista diferentes em briga (aguardem que em breve teremos uma coluna sobre Comunicação Não-Violenta).
O importante é lembrar que a comunicação facilita o convívio entre as pessoas. Isso incluir expressar-se bem, de forma clara, objetiva e, principalmente, educada. A comunicação com boas maneiras cria relacionamentos respeitosos e isso torna os ambientes mais saudáveis. Ter boas maneiras na comunicação é uma lição que precisa ser ensinada na infância e reforçada ao longo de toda a vida. Nunca podemos nos esquecer: boa educação vem antes de boa comunicação!