O passado de Campo Grande que tanto faz parte do nosso presente
Sabe a tal da nostalgia? Chama ela para ler essa reportagem especial com o radialista Edgar Scaff
“Somos filhos do passado”. A frase é do radialista Edgar Scaff, conhecido tanto pela sua bela voz de trovão quanto por sua capacidade de mexer com a memória do campo-grandense. Nesta segunda-feira, 26 de agosto, a capital de Mato Grosso do Sul completa 125 anos. Sabe a tal da nostalgia? Chama ela!

? Antes de tudo, ouça abaixo uma linda homenagem que Edgar Scaff preparou sobre Campo Grande e que brilhou na Morena FM 107.1:

Vindo de uma família tradicional da cidade, cujo sobrenome está em ruas e avenidas, o radialista, aos 58 anos, tem muitos motivos para relembrar os locais que marcaram a sua memória e a da população de Campo Grande.
Vivendo em um mundo globalizado, ele encontrou um belo passatempo no ambiente digital ao publicar fotos de um passado memorável da cidade onde nasceu e cresceu. Em alguns retratos, muitos em preto e branco, ele se encontra com o jovem Edgar Scaff.

“Eu vivi minha infância toda em Campo Grande e gosto de resgatar isso. Eu tinha fotos dos meus tios, meu pai, minha mãe e algumas fotos antigas da cidade que, naquela época, era praticamente resumida ao centro, né? O grande ‘quadrilátero central’ da nossa cidade. Depois que surgiram as mídias sociais, em 2010 (se não me engano, quando surgiu o Facebook, eu já criei uma conta lá), comecei a mostrar para as pessoas, principalmente aquelas que já viveram ou vivenciaram, mais antigas, que matam saudades com as fotos, e para aquelas que não conheceram ‘o Campo Grande antigo’. Me sinto bem em lembrar de algumas fotos mais contemporâneas, de lugares onde eu curti e passei, mas acabou. É uma história.”
Edgar Scaff
No meio de tantas lembranças, Edgar lamenta um defeito de Campo Grande: o esquecimento do seu passado.
“Infelizmente, Campo Grande tem esse lado, né? Muitas pessoas comentam, e com razão, que a história aqui é muito deixada para trás. Alguns edifícios e casas já foram demolidos (…) Por isso, eu gosto e me divirto, principalmente com os comentários das pessoas e as curtidas”.

O point de Campo Grande
O radialista relembra momentos especiais que estão sempre guardados em seu coração, como na época do “Edgar Scaff jovenzinho”, nos gloriosos anos 1980.
“A década em que eu era adolescente para adulto, ‘jovenzinho’ (risos), um pouco mais para meados dos anos 80 para frente, quando eu comecei a me entender mais, já podia sair e tudo mais; fim da era militar, que você não podia sair, tinha a ‘rádio-patrulha’ que ficava andando pela rua e te pegava mesmo! Então comecei a curtir muito a avenida Afonso Pena, que era o ‘point’. A gente falava ‘point’. ‘Ah! Vamos lá no point de Campo Grande’. Do Obelisco para cima, no sentido de onde é hoje o Shopping Campo Grande. Na realidade, a avenida Afonso Pena terminava ali antes do viaduto, que não existia. O viaduto e a continuação da avenida foram feitos também nos anos 80, e em 1984, 1985, 1986, não me recordo bem o ano, mas por aí, começaram a fazer o prolongamento da avenida Afonso Pena. E esse prolongamento foi até o final. Não havia absolutamente nada lá.”

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Os antigos cinemas da cidade também fazem parte das boas lembranças, como o Cine Alhambra, Cine Acapulco, Cine Santa Helena, Cine Rialto, da empresa Pedute, Cine Plaza, Cine Center (na antiga rodoviária de Campo Grande) e o Cine Campo Grande.

Como um verdadeiro historiador, Edgar ainda recorda outros locais badalados da cidade.
“A Chatanooga. Eu vivi lá na Chatanooga! E tem os clubes: Clube Libanês, o Surian, que está parado hoje também. É um clube que, se não me engano, foi construído no início dos anos 50, na rua Presidente Kennedy, que a gente conhece mais como avenida Mato Grosso.”

“O Rádio Clube nem se fala. O clube mais antigo da nossa cidade, centenário; e depois veio o Rádio Clube Campo. Eu vivia lá, nos carnavais, época boa… Nos anos 90 eu ia muito lá.”
Muitas histórias, não é mesmo? Recordações que cada pessoa viveu e que jamais serão esquecidas.
“Somos filhos do passado. Se não fosse o passado, não estaríamos aqui, então a gente tem que ver e dar valor, né?”
Edgar Scaff
Obrigada, Edgar Scaff, por nos lembrar de tanta coisa massa! Viva os 125 anos de Campo Grande!
Segue abaixo mais fotos resgatadas pelo nosso entrevistado:


Comentários (1)
Parabéns Sr. Edgar, pelas fotos e comentários à respeito da nossa Campo Grande. Concordo plenamente, à respeito que a história de Campo Grande foi deixado para trás, demoliram muitas casas antigas e prédios que poderiam mostrar as pessoas que visitam Campo Grande. Parabéns Campo Grande!!