O segredo para não criar filhos ingratos

Mas, antes, preciso perguntar: você está pronto para uma verdade difícil de ser engolida?

Você doa literalmente seu corpo, sua saúde física, mental e financeira, paralisa projetos, abrevia metas, adia sonhos, para depois não ter o direito de escolher o caminho que o seu filho deve trilhar? Que injusto!

Bebecae

Pois é, parece, mas na verdade a expectativa criada em torno de algo que você gerou, porém não é seu, te fez pensar assim.

Ao contrário do que a sociedade tece, filhos não são projetos pessoais e se você pensa em tê-los com base nisso é melhor recalcular a rota. Isso porque, fazendo jus a um dos maiores clichês maternos, nossos rebentos na verdade não são nossos.

Não como uma posse, como uma casa em que a escritura está em seu nome, embora esteja na certidão de nascimento. Portanto, enquanto seres pensantes não vai demorar muito para que tomem as próprias decisões.

Durante a infância, apesar de existir vontades, a gente consegue contornar, mas é apenas questão de tempo. Quando tomam consciência que são indivíduos, tentar controlar pode ter efeito completamente contrário e os levar para longe de nós.

Eu sei que é uma verdade difícil de ser engolida e, como pais, sempre achamos que sabemos o que é melhor para eles (e muitas vezes de fato sabemos), porém, revisite seu passado e me diga: quantas vezes contrariou as ordens dos seus?

O controle está com a gente até certo ponto. O que podemos fazer é passar o que queremos, ensinar o que sabemos e vislumbrar que eles aceitem, mas totalmente conscientes de que muito provavelmente vai fugir do roteiro que sonhamos para eles.

Vai parecer ingratidão, contudo é só um ser humano buscando seu lugar ao sol. Há quem diga que o altruísmo não existe porque tudo que fazemos, esperamos algo troca, nem que seja nosso lugar no céu comprado com as bondades feitas por nós neste plano.

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De fato, racionalmente, funciona basicamente assim, mas se existe algo que tem que ser altruísta é a criação dos filhos. Não dá para projetar algo em troca.

E se a intenção é procriar para ter alguém que te cuide na velhice, para preencher alguma lacuna emocional, para determinar profissão, amizades e com quem vão se relacionar, está aqui o segredo para não ter filhos “ingratos”: se dedicar a outro tipo de criação… vai uma plantinha ou um pet aí?

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Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista E eu nem queria ser mãe, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

Comentários (2)

  • Adriana

    Excelente texto ??

  • Brigida Aparecida da Silva Godoy

    Excelente a colocação…embora discorde da proposição:podemos palpitar e sugerir com quem se relacionam ,pois que tem olho clínico é mãe e palpito sim na hora de afastar os que não farão bem aos nossos amados.

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