Pace, Fartlek e Coelho: entenda a linguagem dos atletas da Corrida de Reis
Dominar a linguagem dos corredores é como ter uma chave para um novo mundo.
A corrida de rua, especialmente em eventos como a 40ª Corrida de Reis, reúne milhares de apaixonados por esse esporte. Mas, para quem está começando ou não está familiarizado com o universo do running, a quantidade de termos técnicos pode ser um pouco intimidadora.
Pensando nisso, o Primeira Página conversou com Advan Moraes, professor do Sesi (Serviço Social da Indústria) de Várzea Grande, para desvendar essa linguagem e tornar o mundo das corridas mais acessível a todos.

Por que aprender essa “nova língua”?
Conhecer a linguagem dos corredores ajuda você a se conectar com outros apaixonados por corrida e a participar de conversas sobre treinos, provas e equipamentos.
Muitos termos técnicos são essenciais para entender seu próprio corpo e ajustar seus treinos de acordo com as suas necessidades.
Alguns termos essenciais:
- Pace: O tempo que você leva para percorrer um quilômetro, ou seja, é como a velocidade, mas expresso em minutos por quilômetro.
“Por exemplo, em uma prova de 5 km que a pessoa termina em 30 minutos, o pace médio dela será de seis minutos. Isso significa que, a cada quilômetro, a pessoa gastou 6 minutos, em média, para percorrê-lo. Usamos a métrica do pace para estabelecer o ritmo de prova e também para definir os treinos. Como serão realizados os treinos? Como será feita a periodização desse atleta?” explica o professor.
Pace, livremente traduzido do inglês para o português, significa ritmo. Essa métrica é importante para que todo corredor com hábito de participar de provas, seja amador ou profissional, tenha consciência do seu desenvolvimento no esporte.
- Cadência: Na corrida, é a quantidade de passos dados por minuto.
“É usada principalmente quando vamos prescrever treinos para determinar o ritmo da pessoa, pois a cadência está influenciada pela distância da passada. Uma passada mais curta ou mais longa pode influenciar o desempenho. Quando a pessoa tem uma passada curta, trabalhamos para aumentar a cadência, ou seja, acelerar o ritmo das pernas para que ela consiga evoluir.”
- Fartlek: É um método de treinamento de corrida que consiste em alternar ritmos diferentes durante a prática.
“Usamos muito para treinar e, às vezes, como estratégia de prova para cansar o adversário, ou seja, fazê-lo se desgastar mais rápido. Por exemplo, se sou um atleta de alto nível e há outro atleta acompanhando o meu ritmo, começo a acelerar para que ele acelere também. Depois diminuo e volto a acelerar, induzindo-o a se fatigar mais rapidamente.”

- Tempo Run: É um termo que significa “melhor tempo”.
“Trabalhamos com essa métrica para estimular o treinamento”, explica o professor. - Longão: É o treino mais longo da semana.
“Se você treina segunda, quarta, sexta e domingo, o domingo é o dia do longão. Se de segunda a sexta você faz uma média de 7 km, no longão você fará 14 km ou 20 km.” - Intervalado: É um tipo de treinamento no qual se estabelece a distância e o tempo que a pessoa deve percorrer, já incluindo o descanso.
“Nos treinos intervalados, definimos a distância e o tempo que a pessoa deve correr, além do período de descanso e recuperação. Assim, a distância mais curta é percorrida em uma velocidade maior do que a habitual.” - Rodagem: É correr sem preocupação com o tempo.
“Por exemplo, você corre de forma mais tranquila, sem se preocupar em alcançar o melhor tempo.” - Recorde pessoal (RP): O melhor tempo já alcançado em uma determinada distância.
- Pacer/Coelho: É uma pessoa contratada para estabelecer ritmo nas provas grandes. Geralmente, os organizadores contratam corredores profissionais para ditar o ritmo dessas competições.
“Por exemplo em um prova de meio maratona, uma prova de 21 km. Geralmente os pacer eles correm 10 km com um ritmo muito forte, para fazer com que os outros corredores se superem para tentar bater o recorde daquela prova”.
“Por exemplo, em uma prova de meia maratona (21 km). Geralmente os pacer eles correm 10 km com um ritmo muito forte, para fazer com que os outros corredores se superem para tentar bater o recorde daquela prova”.

- Canela fina: Segundo o professor, “é como se chamam os corredores de elite, que geralmente são mais magros e altos devido ao biotipo.”
- Pipoca: É o corredor que participa das corridas sem estar inscrito.
- Quebrar: O professor explica que “quebrar” é não conseguir manter o ritmo planejado ou, em alguns casos, não conseguir concluir a prova.
Dominar a linguagem dos corredores é como ter uma chave para um novo mundo. Ao entender os termos técnicos e as gírias, você se tornará um corredor mais completo e poderá aproveitar ao máximo essa experiência.
Mudança no trajeto
A 40ª Corrida de Reis está logo chegando, no dia 12 de janeiro de 2025. O percurso será um pouco diferente este ano.
Em razão das obras do BRT na Avenida do CPA, a saída continua sendo na Ponte Sérgio Mota, porém, em vez de seguir pela Avenida Tancredo Neves, os atletas passarão pela Tancredo Neves e vão seguir até a Archimedes Pereira Lima, mas conhecida como Estrada do Moinho.
O trajeto ainda inclui as Avenidas Érico Preza, no bairro Jardim Itália, das Torres, Dante de Oliveira (Avenida dos Trabalhadores), Gonçalo de Barros e Oátomo Canavarros. A linha de chegada será no Sesi Papa, no bairro Morada do Ouro.
Para mais informações entrar em contato pelos telefones: (65) 3614.1793 ou 3614.1788.
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