Festival América do Sul: Corumbá não realizará edição em 2024
Festival América do Sul, realizado em Corumbá, foi lançado em 2004 e desde então se consolidou como um evento cultural de grande importância para a região
A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul anunciou que a cidade de Corumbá, a 413 km de Corumbá, ficará sem o tradicional Festival América do Sul em 2024.

A decisão pegou a todos de surpresa, especialmente os que aguardavam ansiosamente pelo evento que movimenta a cidade e atrai públicos de diversas partes do Brasil e até mesmo do exterior.

Para a autônoma Mari Carvalho, a falta do festival representa uma grande perda.
“Eu acho que vai ser muito ruim, né? Porque o pessoal gosta, gosta de festa, gosta de movimento. Isso já não tem nada em Corumbá, e com a ausência do América do Sul, fica ainda pior”, afirma.
A expectativa pela movimentação é clara, já que o festival oferece atrações regionais e nacionais. A ausência do evento impacta a diversão e também a economia local.
José Carlos, proprietário de um restaurante, destaca que o movimento dobra durante o festival e que ele chegava a contratar seis garçons a mais para atender a demanda.
“Acho ruim, é uma perda de um evento importante para o município, que já faz parte do nosso calendário”, comenta.
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No último Festival América do Sul em 2023, foram investidos 5,5 milhões de reais, com mais de 100 atrações em várias partes da cidade e um público de 140 mil pessoas nos quatro dias de festa.
O festival, realizado no início de novembro, teve grande importância para a cidade, reunindo pessoas de Corumbá, de outros estados e até de países vizinhos.

Locais como o Jardim da Independência e o Porto Geral se tornam palcos vibrantes de apresentações de teatro, dança, música e várias outras manifestações culturais.
Pablo Pancho Becker, conhecido como Gaúcho e proprietário de uma barraca de espetinho, revela que em dias de festival chega a vender entre 600 a 800 espetinhos por noite.
“É péssimo porque a gente depende disso. O evento movimenta a cidade, e todo mundo ganha”.

O setor hoteleiro também sente os efeitos da ausência do festival. Carla Martins, gerente de um hotel, afirma que a ocupação chegava a 100% na época do evento. Com a falta de turistas que vinham para curtir a festa, o setor enfrenta um cenário de incerteza.
“Em novembro, que normalmente temos um boom, agora estamos bem mais parados”, explica.
Luceni Oliveira, contramestre fluvial, também menciona o impacto econômico da falta do festival, pois a cidade se torna um ponto de encontro para artistas e visitantes de outras regiões.
“Quando a cidade tem evento, temos movimento. O festival traz a música, cultura e história que movimentam a economia local”, finaliza.

O sonho de muitos em participar do Festival América do Sul terá que aguardar mais um ano, mas a expectativa permanece de que, no futuro, a festa volte a iluminar Corumbá e a trazer vida ao comércio e à cultura local.
Tradição pantaneira
O Festival América do Sul, realizado em Corumbá, foi lançado em 2004 e desde então se consolidou como um evento cultural de grande importância para a região.
A 1ª edição trouxe à cidade uma rica diversidade de atividades artísticas, incluindo música, dança e exposições, promovendo a integração entre os países da América do Sul.

Essa celebração valorizou as culturas latino-americanas, além de impulsionar o turismo e a economia local, estimulando o comércio e envolvendo a comunidade em um ambiente de festividade e troca cultural.
O festival se tornou um espaço de diálogo e amizade entre os povos, fortalecendo a identidade cultural de Corumbá e elevando sua visibilidade na cena cultural do Brasil e do continente.
Comentários (1)
Qual o motivo alegado pela organização?