Faça as contas

A taxa Selic caiu. E eu com isso?

O Banco Central (Banco dos Bancos) usa essa taxa (Selic) para controlar a inflação e “organizar” a economia do país

Na última semana, uma notícia tomou conta dos noticiários financeiros do Brasil.
A TAXA SELIC CAIU DE 13,25% PARA 12,75%.

Muita gente falando sobre isso, mas, na verdade, não é todo mundo que sabe qual o efeito disso no dia a dia do brasileiro.

Numa conversa informal com uma pessoa sobre esse assunto, ela nos disse: “Nossa! Fico com vergonha, mas sempre que ouço isso, me vem na cabeça: O que isso significa? No que isso afeta meu dia a dia?”

E, realmente, esse assunto assusta e até intimida as pessoas por acharem que é muito complicado e que isso não tem muita interferência na vida real das pessoas.

taxa selic

Mas isso não é verdade, muito pelo contrário. Esse assunto afeta e muito a realidade e, principalmente, no bolso das pessoas.

A Selic é a taxa de juros do país. O Banco Central (Banco dos Bancos) usa essa taxa (Selic) para controlar a inflação e “organizar” a economia do país.

Quando ela sobe, praticamente, tudo sobe!

Os preços no supermercado ficam mais “salgados”, os juros dos empréstimos e dos financiamentos imobiliários dos Bancos ficam mais caros, o que faz com que as pessoas pensem duas vezes antes de contratar empréstimos, antes de comprar um imóvel porque isso, fatalmente, vai fazer com que as parcelas fiquem mais caras. Os juros dos cartões de crédito também tendem a encarecer. Na contrapartida, quem tem dinheiro aplicado em Renda Fixa é, digamos, beneficiado com essa alta, pois, as taxas destes investimentos tendem a acompanhar essa alta também.

Tudo isso faz com que o volume de negócios que é feito no dia a dia diminua bastante e isso faz o dinheiro “girar” menos na praça e a economia de todo o país acaba ficando mais enfraquecida. Enfim, nosso bolso sofre de alguma forma com isso.

Quando a taxa Selic cai, também provoca alguns efeitos. Os juros dos empréstimos e financiamentos imobiliários nos Bancos também diminui, isso torna maior o apetite para comprar imóveis porque as parcelas tendem a caber no orçamento das pessoas, elas se sentem mais seguras para contratar empréstimos nos Bancos, gastar mais no cartão de crédito. E, na contrapartida, a Renda Fixa sofre por conta dos juros de aplicação que acompanham, também, a queda da taxa.

Seria perfeito se fosse só isso!! Simples assim!!!

Mas não! Infelizmente tem detalhes perigosos por trás disso tudo.

A redução da Selic costuma ter um efeito “psicológico” positivo nas pessoas porque isso cria a impressão de que economia está melhorando por conta de mais negócios sendo fechados e mais dinheiro girando na economia.

Mesmo que a queda da Selic faça o volume de negócios aumentar e mais dinheiro na mão das pessoas, se isso não for bem administrado, voltamos a receber a visita de um monstro indesejado: a inflação. E com a volta dessa famigerada os preços dos produtos e serviços que usamos rotineiramente aumentam numa velocidade bem mais rápida do que nossos salários.

As consequências da queda da Selic no dia a dia de todos nós brasileiros dependem de inúmeros fatores e variam muito de acordo com cada pessoa. O mais importante é que as escolhas individuais sejam feitas com muita responsabilidade e consciência financeira sem nunca esquecer que o equilíbrio financeiro é essencial para garantir a estabilidade financeira no longo prazo.

Para isso, faça as contas!!!

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Faça as contas, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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