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Como enxergamos nosso dinheiro?

Como enxergamos, nosso dinheiro está diretamente ligado a fatores psicológicos, aspectos culturais e, principalmente, nossa experiência de vida

Quando analisamos a sociedade em que estamos inseridos, podemos constatar que vivemos num mundo onde tudo tem seu preço. E essa sistemática nos leva a refletir qual o real significado do dinheiro no nosso contexto pessoal e familiar.

De acordo com nossa experiência no mundo das finanças, não nos restam dúvidas de que, como enxergamos, nosso dinheiro está diretamente ligado a fatores psicológicos, aspectos culturais e, principalmente, nossa experiência de vida. Tudo isso tende a influenciar desde as nossas decisões financeiras até a forma com a qual lidamos com nosso dinheiro e como nos planejamos em relação a ele.

Dinheiro (Foto: Pexels/Pixabay)
Dinheiro (Foto: Pexels/Pixabay)

E diante de experiências e vivências individuais diferentes, o dinheiro pode assumir os mais variados significados para diferentes tipos de pessoas. Alguns enxergam o dinheiro como instrumento de troca, ou seja, um meio para satisfazer necessidades básicas e, também, seus desejos. Outros veem o dinheiro como símbolo de conquistas e posição social e muitos associam o dinheiro à estabilidade financeira e à capacidade de lidar com imprevistos.

A forma como cada um se relaciona e, até mesmo, com as decisões que são tomadas nesse aspecto são comandadas pelos valores pessoais de cada um e, acredite, isso tem uma influência enorme na vida financeira de cada um.

Por isso, é tão importante se ter clareza de quais são as coisas que você, verdadeiramente, valoriza na vida. Isso porque ter essa clareza vai te ajudar a entender o porquê de você agir de determinada forma em relação ao dinheiro e se você precisa mudar essa dinâmica para que você possa obter resultados diferentes dos que tem hoje.

É importantíssimo ter claro seus valores e se eles estão adaptados aos seus objetivos financeiros. Caso você não tenha clara essa visão, qualquer objetivo financeiro estará fadado ao fracasso.

Exemplo disso é se, para você, o status e o reconhecimento têm grande peso na sua escala de valores pessoais. Essa dupla tem grande capacidade ofensiva, pois, se é importante para as pessoas manterem a reputação ou a condição, é normal que vivam além das suas possibilidades para não ser vista como “mal-sucedida” perante amigos e familiares. Uma vez que essas pessoas estão mais comprometidas com os outros do que consigo mesmas, a receita para o insucesso financeiro está garantida.

Já se você tem dificuldade de renunciar ao desejo de comprar algo agora em prol de uma realização futura ou, até mesmo, não consegue concordar com a ideia de viver num padrão de vida abaixo de suas possibilidades, o que é extremamente salutar para seu bolso, está fadado a repetir comportamentos extremamente prejudiciais à sua vida financeira.

Em contrapartida, existem os comportamentos que “travam” a vida financeira. Exemplo disso são aquelas pessoas que têm dificuldades em tomar decisões que podem impactar positivamente o seu patrimônio. Prezar pela segurança é excelente, mas pode ser prejudicial se isso te “congela” na hora de ousar um pouco, diminuindo as chances de aproveitar boas oportunidades, quando elas surgem.

A falta de clareza em relação ao que dinheiro te afeta na tomada de decisões ruins que tendem a acarretar estresse financeiro, ansiedade e o medo constante de não ter o suficiente para se manter, principalmente, em épocas de instabilidade econômica.

Outra consequência muito corriqueira que é ocasionada é o sentimento de culpa ou remorso por gastar de forma desenfreada.

Além dos impactos nas relações familiares e com a sociedade, já que as diferenças na visão de cada um a respeito do dinheiro podem gerar atritos entre cônjuges ou familiares, propriamente ditos, e o isolamento social, pois o medo de parecer menos bem-sucedido acaba levando à retração social.

O dinheiro, mais do que um simples instrumento de troca, reflete nossas crenças, valores e prioridades. Seja visto como uma ferramenta de segurança, uma fonte de ansiedade ou um meio de realização, a maneira como nos relacionamos com ele tem um impacto direto em nossas escolhas e na qualidade de vida que construímos. Ao entender nossas próprias percepções sobre o dinheiro, ganhamos o poder de ajustar nossa abordagem, equilibrando o presente e o futuro, o individual e o coletivo.

Mais do que buscar o ‘certo’ ou o ‘errado’, o desafio é cultivar uma relação consciente e funcional com o dinheiro, para que ele seja um aliado em nossa jornada de crescimento e realização. Afinal, o dinheiro não nos define, mas a forma como o utilizamos pode dizer muito sobre quem somos e o que queremos para o nosso futuro.

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Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Faça as contas, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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