Como o comportamento dos adultos impacta na educação financeira das crianças
Vale muito a pena mostrar para os pequenos, no dia a dia, como se deve agir com o consumo e com o dinheiro.
Mais uma vez cresceu o endividamento das famílias brasileiras. Em torno de 78,1% das famílias tem dívidas a vencer e 28,6% dessas famílias tem dívidas atrasadas.
Contudo, isso não é nenhuma novidade, já que sabemos que a realidade de endividamento dos brasileiros sempre existiu.

O que nos resta de dúvida é quando e como será possível mudar essa realidade.
E, de todas as maneiras e teorias existentes de organização, planejamento e gestão financeira, chegamos sempre à mesma conclusão, a educação financeira é o caminho para mudar definitivamente essa realidade.
Quando falamos de educação financeira, estamos nos referindo aos nossos pequenos, aqueles que ainda estão numa idade que só se tem uma forma de influenciar que é através do exemplo.
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Segundo o filósofo alemão, Albert Schweitzer, “dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros, é a única”.
Às vezes não percebemos, mas quando paramos para analisar com mais atenção fica claro e evidente o quanto o comportamento dos adultos impacta a formação da personalidade da criança nesse aspecto.
Vale muito a pena mostrar para os pequenos, no dia a dia, como se deve agir com o consumo e com o dinheiro.
Se você não quer que seu filho seja mais um com a vida financeira desorganizada no futuro, precisa prestar muita atenção no que não fazer dentro de casa.
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No mundo das finanças existem várias regras de como ensinar uma criança sobre educação financeira, mas vemos que mais importante que isso é estarmos conscientes do que não fazer para confundir a cabeça deles.
Vão aqui 5 exemplos de atitudes que criam na cabeça da criança uma noção errada de como lidar com o dinheiro.
- DESPERDIÇAR RECURSOS
Você joga comida fora, toma banhos demorados e deixa todas as luzes acesas quando anda pela casa? Esse hábito tem tudo para ser copiado pelos seus filhos desde já, comprometendo o orçamento da família hoje e o bolso deles amanhã, além de afetar também toda a sociedade que depende desses recursos. Seja racional e pratique o consumo consciente.
- NÃO COLOCAR LIMITES
Saber falar não é essencial para ensinar à criança que ela não pode ter tudo na vida, afinal o dinheiro é um recurso finito. A criança que recebe tudo o que pede tende a se tornar “insaciável” e tem mais chances de estourar os limites do salário e do cartão de crédito quando começar a trabalhar. É fundamental estabelecer bem os limites sobre o que é possível comprar em determinado mês, o que pode ser postergado para conquistar algo melhor em outro momento e definir um horário certo para cada atividade, como estudar e brincar.
- COMPRAR POR IMPULSO
Quando a criança vê o adulto gastando sem limites, é natural que ela tenda a imitar seu comportamento, tornando-se também uma consumidora compulsiva. Ter consciência, pesquisar preços e analisar muito bem antes de comprar algo na frente da criança é uma forma de ajudá-las a evitar o descontrole financeiro no futuro.
- DESCARTAR OU PERDER MOEDAS
Cada moedinha vale dinheiro e deve ser valorizada. Se você não dá valor a pequenas quantias, pode estar ensinando o mesmo a seus filhos. Como geralmente o único dinheiro que as crianças têm acesso são exatamente as moedas, a mensagem que você passa é de que o dinheiro não tem valor. Compre ou faça um cofrinho e mostre para as crianças que “de grão em grão”, podemos chegar longe.
- ENCHER A CRIANÇA DE MIMOS
Às vezes, a culpa de ficar o dia inteiro fora de casa faz o adulto querer compensar sua ausência com presentinhos, bugigangas ou mimos. Isso cria na criança o hábito de esperar sempre por algum “prêmio de consolação” e pode levá-la a se tornar indulgente consigo mesma no futuro, usando bens materiais para se compensar a cada frustração vivida. Procure presentear a criança em ocasiões especiais, para que ela valorize o esforço envolvido nesse gesto.
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Por vezes, pode ser difícil ver seu filho ou filha chorando por querer um presente, ou um doce, por exemplo, mas ensinar também passa por esses momentos. É importante que os limites sejam estabelecidos e que você seja firme com o cumprimento para que não confundir a cabeça da criança.
Falar sobre dinheiro com crianças pode parecer complicado, mas quanto mais cedo colocarmos a criança em contato com este universo de educação financeira, mais fácil será a relação dela com esse assunto no futuro. Começar logo será um atalho certo para lidar mais facilmente com isso no futuro e, também, para colocar seu pequeno num caminho mais próximo de uma vida financeira equilibrada e saudável!