Compras por impulso são realmente perigosas?
Fazer compras por impulso é um problema que atinge muitas pessoas no mundo inteiro. No Brasil, pesquisas apontam que 44% das compras realizadas pela internet são feitas por impulso.
Você já comprou algo que não precisava só porque estava na promoção ou porque considerou que você merecia, já que estava muito triste, estressado ou sobrecarregado? Se respondeu que sim, você faz parte do grupo de pessoas que já compraram pelo menos uma vez um produto ou adquiriram um serviço por impulso.

Fazer compras por impulso é um problema que atinge muitas pessoas no mundo inteiro. No Brasil, pesquisas apontam que 44% das compras realizadas pela internet são feitas por impulso.
O grande problema é que essa situação se torne um hábito e isso, certamente, traz um sério risco para suas finanças. O risco de elas ficarem fora de controle, e isso, fatalmente, vai te levar à inadimplência, queda de seu score de crédito, “rouba” sua saúde mental e, finalmente, vai te afastar da sua liberdade financeira.
O fato é que a compra por impulso não se resume ao fato de passar o cartão e comprar aquilo pelo qual você se sente atraído, mas, na maioria das vezes, esconde questões bem maiores, como problemas emocionais, por exemplo.
Muitas vezes, esse tipo de compra camufla uma necessidade momentânea de acobertar uma frustração. E quando isso acontece, as pessoas não consideram o valor do produto e, o pior, nem se as parcelas cabem no bolso, nem o quanto as finanças serão impactadas por aquela compra. A pessoa simplesmente compra e sente praticamente um alívio após passar o cartão de crédito, seguido, muitas vezes, de uma sensação de arrependimento, quando bate a sensação de que comprar não resolveu o problema e ainda, talvez, tenha criado outro.
Para tornar mais claro, a compra por impulso é considerada toda a aquisição feita sem pesquisa e sem planejamento, motivada, na maioria das vezes, por desejos momentâneos e sem necessidade, sem considerar as consequências futuras dessas compras. Em resumo, é a decisão não planejada de comprar algo, pensando somente no bem-estar a curto prazo.
E esse tipo de comportamento costuma trazer muitas consequências negativas, além de desequilibrar as finanças pessoais fortemente, podendo levar ao endividamento, à inadimplência, à negativação, à perda de crédito no mercado, causando, também, inúmeros problemas para a família.
Para identificar se você está caindo nessa armadilha, fique atento aos seguintes sinais:
- Quando você se depara com uma promoção, como você se sente? Pensa que não pode perder aquela oportunidade e compra imediatamente, sem pensar? Ou avalia se realmente é importante concretizar esta compra naquele momento?
- Como é sua fatura do cartão de crédito? Com muitas parcelas, muitas compras? Com faturas com valor muito alto, comprometido antes do fechamento da próxima conta? E o pagamento? Você paga o valor total da fatura?
- Qual seu sentimento após a compra? Você sente culpa, arrepende-se ou fica em dúvida se deveria ter efetuado a compra? Sente tristeza e decepção? Ou você fica tranquilo porque sabe que adquiriu algo de que realmente precisava, de forma consciente, após pesquisar e sabendo que aquilo não irá atrapalhar seu orçamento?
Infelizmente, quando esse hábito toma uma proporção desenfreada, os impactos também são extremamente negativos.
Além de desequilibrar as finanças pessoais, podendo levar ao endividamento, à inadimplência, à negativação, à perda de crédito no mercado, causam, também, inúmeros problemas para a família. Muitos casais, por exemplo, enfrentam crises justamente por conta dos hábitos de consumo dos parceiros e, muitas vezes, o relacionamento até termina somente pela questão financeira.
Se você identificou que está vivenciando essa situação no momento e não sabe como fazer para se livrar dela, veja abaixo algumas atitudes que podem te ajudar a gerenciar este problema:
1 – Faça um planejamento financeiro e controle seus gastos mensais.
Se você ainda não tem o hábito de controlar sua vida financeira, agora é a hora de começar. Afinal, se quer deixar de comprar por impulso, precisa conseguir enxergar suas finanças de maneira clara e objetiva.
Uma boa estratégia é baixar uma planilha de organização financeira. Nesta planilha, você deve lançar todas as suas receitas e despesas, quanto quer poupar por mês e pode até mesmo lançar quanto quer gastar mensalmente com produtos não essenciais. Estabelecendo um limite, fica mais fácil não comprar por impulso, afinal, você tem um teto de gastos que deve respeitar.
2 – Se estiver com o emocional abalado, evite fazer compras.
Está triste, cansado, chateado, eufórico, enfim, fora do seu padrão de estabilidade emocional? Evite fazer compras. Sempre que você estiver em um estado psicológico alterado, passe longe do shopping center e das lojas de compras online.
Isso porque é muito comum fazer compras por impulso para tentar mudar seu estado emocional: de triste para alegre, de cansado para satisfeito, de feliz para mais feliz ainda. Ou seja, as compras, muitas vezes, servem como consolo, compensação ou merecimento. Mas no fim das contas, depois que a compra é efetivada, a tristeza ainda está lá, o cansaço não foi embora e você tem um produto, uma conta para pagar e uma questão emocional para resolver.
3 – Tenha calma, espere e pense antes de comprar.
Os apelos surgem o dia todo, mas cabe a você saber dizer não a cada um deles. Surgiu a vontade de realizar uma compra neste momento? O vendedor disse que a promoção vai acabar nas próximas horas. Que a quantidade de vagas para aquele curso é limitada? Que você não pode perder essa oportunidade única? Fique alerta!
E lembre-se de que não há motivos para se desesperar e sair comprando rapidamente. O mais aconselhável é parar e pensar, esperar alguns dias ou semanas, pesquisar preços, verificar se aquela compra cabe no seu orçamento, se é realmente necessária. Se, após este respiro, você considerar que sim, a necessidade de comprar aquele produto é real, considere fazer a compra. Se a vontade apenas passar, saiba que você acabou de evitar mais uma compra por impulso.
4 – Identifique seus gatilhos e deixe de seguir perfis de promoções nas redes sociais.
Para muita gente, perder uma promoção é algo inadmissível. A sensação de que deixou de ter vantagem porque “perdeu” bons preços pode ser horrível porque na maioria das vezes a sensação é de que se está economizando, aí o gatilho.
A verdade é que, na ilusão de estar fazendo bons negócios, a pessoa cria um vício em compras. “Mas estava em promoção”, “conheço o produto e realmente estava muito barato”. Ok, mas a questão é: você precisa deste produto agora? Todos os dias, novos produtos que você também conhece entrarão em promoção. Você vai comprar todos? Como suas finanças vão ficar com este comportamento? E o problema maior está no vício em realizar essas compras diariamente.
Identificar seus gatilhos significa avaliar o que te motiva a comprar. Como citamos, para alguns, promoção é o gatilho. Para outros, uma categoria de produto específica é o gatilho. Entenda o que é praticamente irresistível para você e fique atento. Se você ama sapatos, da próxima vez que for comprar sapatos, pergunte a si mesmo: eu realmente preciso? Já não tenho um modelo parecido? Por que quero comprar este sapato?
5 – Mantenha o cartão de crédito “fora de seu alcance”, não salve os dados nas lojas online e analise sua fatura mensalmente.
Você está deitado na sua cama depois de um dia cansativo. Pegou o celular para relaxar e uma promoção pulou nos seus olhos. Se seu cartão de crédito estiver ali, junto do celular, a chance de você finalizar uma compra sem refletir muito (afinal, já está cansado) é bem grande. Se os dados do seu cartão estiverem salvos na loja online, então, já com todas as informações e até mesmo com o código verificador, também é bem provável que você clique no botãozinho “comprar”.
Manter o cartão longe de você, esquecê-lo em casa quando sair ou não deixar os dados salvos nas lojas online de que mais gosta são ótimas estratégias para minimizar as compras por impulso.
Acompanhar sua fatura e analisá-la todos os meses ajuda também a perceber seus hábitos de consumo e a frear os gastos. Se você não tem este hábito, tente inseri-lo em sua vida.
Certamente, mudar esse tipo de comportamento não é nada fácil, até porque, como dissemos acima, há muitas questões emocionais envolvidas. Contudo, se você se identificou em algumas das situações acima e deseja superar esse problema mantenha em mente que as vantagens de não comprar por impulso são muitas. Primeiro, que você
passa a consumir de forma consciente, somente o necessário. Depois, porque você começa a ver que seu dinheiro está “rendendo” mais, que seu cartão de crédito não está comprometendo grande parte do seu salário e que você está em dia com todas as suas contas.
E, finalmente, a sensação de saber que você está no controle da sua vida financeira, que você comanda suas escolhas, que você define o que compra e o que não compra e a hora em que vai adquirir um produto ou serviço, te faz sentir bem consigo mesmo e, inevitavelmente, você se sentirá cada vez mais aliviado, motivado e equilibrado ao buscar seus objetivos financeiros para o futuro!