O alarmante perigo por trás dos “BETS”
Estamos presenciando, atualmente, o fenômeno dos BETS, sites de aplicativos de apostas.
“Bets, bets, bets” ou “aposte, aposte, aposte” tem sido oito entre dez assuntos mais falado nos últimos tempos. E a cada dia temos visto um aumento cada vez mais expressivo no mercado de bets.
Contudo, o que era para ser considerado apenas uma forma de entretenimento vem preocupando cada vez mais as autoridades em geral. Isso porque os impactos que essa modalidade vem gerando na economia e, principalmente, na vida dos adeptos a esse tipo de “diversão” tem sido avassalador.

Segundo o presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), João Pedro Nascimento, “vai esvaziar a geladeira dos brasileiros”.
Pesquisas recentes indicam que brasileiros de menor poder aquisitivo já destinam 10% de seu orçamento doméstico para essa atividade.
O gasto com essas apostas nas plataformas on-line já vem demonstrando impacto o consumo de mercadorias e serviços e, infelizmente, quando analisamos qual classe está sendo mais impactada com o comprometimento de renda, chegamos à conclusão que é as classes que mais gastam dinheiro com apostas esportivas (bets) são as classes C e D. Nos últimos 5 anos esses gastos pelas classes com menor poder aquisitivo quadruplicaram.
O que está claro é que esse dinheiro, gasto com apostas, poderia ser usado para um passeio com a família, a compra de algo que é um sonho comum, um curso de qualificação ou até mesmo a formação da tão importante, reserva de emergência. Essa mudança na forma de gastar o dinheiro nos revela um problema muito sério e que atinge em cheio as famílias de menor renda.
E por quê?
Essas classes acabam sendo mais afetadas porque são mais vulneráveis a esse tipo de gasto devido a não precisar de valores altos para realizar as apostas e, também, pela busca por formas rápidas de melhorar a renda.
Como sabemos, o brasileiro já vem de um histórico de pouca ou quase nenhuma educação financeira e, infelizmente, a falta de conhecimento sobre os riscos contribuem para que as famílias vejam as apostas como uma forma de ganho fácil desconsiderando os altos riscos envolvidos. Inevitavelmente, o fato de comprometer parte do orçamento com esse tipo de prática vai afetar ainda mais a saúde financeira e mental daqueles que se rendem a essa falsa chance de fazer fortuna.
Outra percepção que tem se demonstrado comum, é que uma parcela significativa de apostadores considera as apostas como uma forma de investimento. Essa ideia está completamente equivocada. As apostas esportivas não são, de forma alguma, um investimento. Investir é aplicar dinheiro de forma organizada e estratégica, com objetivo de retorno a longo prazo com base no seu perfil de investidor, seus objetivos e acima de tudo de forma segura.
As apostas são uma atividade de alto risco onde o resultado depende muito mais da sorte do que de outro fator qualquer.
Ao contrário dos investimentos, as apostas podem resultar em perdas frequentes, comprometendo seriamente o orçamento familiar.
Prova disso, são as frequentes notícias de perdas de dinheiro, casa, carro e outros bens patrimoniais.
Mais grave ainda são as ocorrências de pessoas que, por conta da saúde psicológica fortemente afetada por conta das dívidas contraídas por meio de apostas esportivas, acabam tirando a própria vida. O montante financeiro acaba se tornando tão expressivo que sem saber como resolver a situação e saldar a dívida, pessoas diante do desespero acabam cometendo suicídio.
Para mudança desse cenário é preciso estar consciente sobre os riscos das apostas, se conscientizar de que o conhecimento e o acesso à educação financeira são essenciais para proteger suas finanças pessoais e que esse caminho leva a um futuro financeiro estável e tranquilo para todos os brasileiros.