Qual o maior inimigo do enriquecimento?
Falta de paciência, acomodação, ansiedade e procrastinação certamente impactam no processo, mas um fator é o mais avassalador
Recentemente, fomos surpreendidas com essa pergunta emblemática. Qual é o maior inimigo para enriquecer?

Muitas coisas nos vêm à cabeça para responder a esta pergunta, falta de paciência, acomodação, ansiedade e, até mesmo, a procrastinação. E todos esses fatores certamente impactam, e muito, no processo de enriquecimento. Mas um fator afeta de forma muito mais avassaladora e se apresenta de forma recorrente quando analisamos os inúmeros casos, que acompanhamos no decorrer da nossa carreira, que é Ego.
E de que forma o ego exerce este poderoso impacto nas finanças?
No estilo de vida! Sim, o maior inimigo do enriquecimento é o estilo de vida. Quando estamos em busca de melhorar financeiramente e subir na escala financeira e percebemos que subimos um degrau, ou seja, mudamos de emprego e passamos a ganhar mais, fomos promovidos e tivemos um aumento, de alguma forma nossa receita sofre um aumento isso nos traz uma deliciosa sensação de poder e de que estamos no caminho certo, no controle da situação. E juntamente com essa sensação vem aquela que nos faz querer deixar isso evidente para todo o resto do mundo. Queremos nos exibir!
Em 90% dos casos, as primeiras trocas que as pessoas que melhoram de situação financeira escolhem fazer é a casa e o carro.
E, coincidentemente, aquilo que mais pesa no orçamento de uma família é o lugar onde ela mora e o carro que ela usa para se locomover. E são os dois aspectos que afagam, diretamente, o ego do ser humano já que são os mais visíveis aos olhos da sociedade em que ele está inserido.
Esse incremento na renda deveria ser usado para iniciar uma reserva financeira, saldar outras obrigações, quitar empréstimos financeiros se eles existirem, quitar dívidas com parentes, enfim. Mas não é o que vemos na vida real. O ego, quase sempre, vence a batalha da vaidade do ser humano.
E o pior é que quando você sobe alguns degraus é difícil diminuir o padrão, é dolorido demais voltar na escada.
Por isso, para evitar esta armadilha, o ideal é sempre ser mais conservador na hora de mudar o padrão de vida. Procurar subir mais devagar para evitar ter que descer degraus ou, até pior, se desequilibrar e cair de “cara no chão”. O mais assustador é que isso é o que vemos acontecer com uma frequência absurda. Diariamente, tomamos conhecimento de pessoas que saíram do zero e conquistaram riqueza, casos de segundas gerações que herdaram fortuna já constituída e que por conta desse ponto da personalidade de cada um, aliado a falta de educação financeira, perderam tudo que conquistaram.
O ideal é ser sempre conservador na hora de mudar o padrão de vida, suba mais devagar de forma equilibrada e consistente. Evitar usar todos os incrementos de renda para aumentar seu status social.
Retarde essas mudanças por 3 ou até 6 meses de forma que você possa usar esses aumentos para iniciar sua reserva de emergência, dar o pontapé na formação de uma carteira de investimentos, pois é dessa forma que se começa. Usando o excedente para compor um patrimônio financeiro e colocar o dinheiro para trabalhar a seu favor.
Na troca de carro, procure optar por modelos mais novos, contudo, mais simples. Se mantenha no lugar onde mora atualmente até se sentir equilibrado financeiramente o suficiente para dar um salto para o próximo degrau.
Administrar o próprio ego é uma das tarefas mais difíceis para qualquer ser humano, mas é talvez a mais decisiva e significativa quando o assunto é finanças pessoais para o indivíduo e, eventualmente, a família que dependa dele.
Lembre-se que tendo o ego administrado você se tornará capaz de fazer escolhas melhores e poderá assumir o controle das suas finanças.
Fuja do exibicionismo porque ele, certamente, te afastará de um futuro equilibrado e consistente quando o assunto é dinheiro. Procure sempre se informar e se educar financeiramente para que você possa subir cada degrau de uma vez sem colocar em risco tudo o que construiu e conquistou até o degrau debaixo.
Para isso, faça as contas!!!
Comentários (1)
Parabéns às auroras Maria Fernanda Figueiredo e Gislaine Caldeiran, pela excelente abordagem, assunto tão importante e pouco falado no Brasil.
Afinal, falar de educação financeira é preciso e urgente!