Seco, suave, tinto ou branco: você sabe os segredos de um bom vinho?
O Primeira Página ouviu dicas do sommelier Charles Carvalho, que atua em Campo Grande
O vinho é considerado uma bebida refinada e para paladares aguçados. Atualmente, ele vem ganhando a popularidade e espaço em eventos variados, inclusive, no lazer dos sul-mato-grossenses.
Assista abaixo um bate-papo com o sommelier Charles Carvalho, que atua em Campo Grande:
O relatório “State of the World Vine and Wine Sector in 2023” (Situação do setor vitivinícola mundial em 2023), realizado pela OVI (Organização Internacional da Vinha e do Vinho), aponta que o Brasil se destacou com um aumento de 11,6% no consumo de vinho entre 2022 e 2023, ficando apenas da Romênia, que apresentou uma alta de 20,1%.

O Brasil ficou à frente de países onde o vinho faz parte do cotidiano das pessoas, como a Argentina, que teve uma queda de 6,2%, e Portugal, de 9,2%.
O mesmo relatório ainda diz que o consumo médio per capita de vinho no Brasil passou de 1,8 litro em 2019 para 2,7 litros em 2022, mantendo-se nesse patamar.
Esse aumento de consumo de vinho entre os brasileiros, segundo o sommelier Charles Carvalho, veio após a pandemia.

“No ano de 2022, pela primeira vez na história, o consumo per capita do brasileiro foi de 2,8 litros por habitante. O brasileiro, a cada mês que passa, e eu tiro pela nossa adega, não só aqui no estado de Mato Grosso do Sul, mas nos outros estados, é muito grande em relação ao mesmo período do ano anterior. É uma bebida saudável, uma bebida muito benéfica para a nossa saúde”.
Charles Carvalho, sommelier
Vinho do brasileiro
O sommelier destaca que o vinho mais consumido no Brasil é o chamado “vinho de mesa”, principalmente o suave. Charles ainda explica a diferença dele e do seco.
“Eu já comecei com muito vinho doce, suave, que o brasileiro ama. Na realidade, todo vinho tem a sua doçura natural. Para uns é um vinho seco, para outros é um vinho bem doce; e tem o vinho de sobremesa, que é o vinho que o produtor deixa com um tempo um pouco mais lá na frente para colher, trinta, quarenta e cinco dias”.
Charles Carvalho, sommelier

Dicas para não errar na hora de escolher um bom vinho
De acordo com Charles, o peixe e a carne vermelha pedem vinhos específicos.
“Um exemplo mais simples, a tilápia, seja ao forno, ou grelhado: um bom vinho branco. O pessoal fala muito na questão de bacalhau. Ele combina com vinho branco e vinho tinto. Vamos pensar num bom bacalhau, com muito azeite, batata ao forno, a gente pode ir muito com um vinho branco bem encorpado, ou até com um vinho tinto mais leve”.

“E carne? O campo-grandense ama o churrasco, né? A melhor combinação é o vinho tinto, principalmente com dois coringas, que são vinhos secados com duas uvas, a uva taná e a uva malbec. Todo o alimento tem o seu vinho, todo o vinho tem o seu alimento”.
Para o sommelier, beber vinho é o mesmo que desfrutar momentos em boa companhia.
“A gente não bebe vinho, a gente aprecia um bom vinho, independente se é suave. O bom vinho é aquele realmente o que a gente gosta, independente do preço, acho que todo momento, tempo quente, tempo frio, todo momento é bom para gente apreciar um bom vinho”.