Sou Mulher: Desenvolvimento Integrativo nas Universidades
Programa promove ações práticas, investindo em projetos liderados por mulheres e na criação de ambientes mais acolhedores para elas.
Comprometida com a Agenda 2030 e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) estará no Delas Day mostrando que tem se dedicado a alcançar a igualdade de gênero e empoderar mulheres e meninas. A Universidade é a casa do conhecimento, e tem transformado o acesso e ascensão de mulheres estudantes, pesquisadoras e técnicas-administrativas por meio de ações do programa Sou Mulher UFMS.
Criado em 2021, o programa reúne políticas, práticas e ações para tornar o ambiente universitário mais inclusivo e equitativo, favorecendo o desenvolvimento pleno das mulheres. A iniciativa atua em três eixos estratégicos: ingresso, permanência e sucesso feminino; incentivo ao ensino, à pesquisa, à extensão, ao empreendedorismo e à inovação feminina; e a criação de um ambiente acolhedor para as mulheres em todos os câmpus.
A pró-reitora de Cidadania e Sustentabilidade, Vivina Sol, ressalta que o Sou Mulher UFMS influencia a sociedade como um todo. “O Programa Sou Mulher UFMS tem um impacto que vai além da universidade, influenciando políticas públicas, promovendo o debate sobre equidade de gênero e beneficiando a comunidade externa”, diz. Alguns exemplos são as parcerias institucionais como a mentoria para mulheres com o Sebrae, eventos abertos à comunidade, apoios a mães e famílias; a campanha Eu Respeito, que inspira outras universidades; e o programa Vem Pra UFMS, com o incentivo para que meninas estudem na UFMS.
Com ações práticas, o programa busca enfrentar desafios que estudantes, pesquisadoras e técnicas têm em comum. Entre eles, a necessidade de uma rede de apoio e oportunidades de inclusão. Para isso, o programa atua em diferentes frentes, com a criação do edital Mulheres na Ciência, com investimento em projetos liderados por professoras e técnicas; a instalação de brinquedotecas e fraldários.
Outro desafio é a prevenção da violência contra as mulheres. Para transformar a UFMS em um ambiente ainda mais seguro, o programa possui uma Política de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio, e por um ambiente mais acolhedor para elas instalou botões de alerta em pontos estratégicos da Universidade, como banheiros, pontos de ônibus nos câmpus e no aplicativo Sou UFMS instalado no celular. Assim, elas podem acionar a segurança em situações que se sintam em perigo, a qualquer momento. Outras ações incluem o incentivo à liderança feminina e ferramentas de transparência, com dados sobre as mulheres na Universidade.
O programa apresenta resultados positivos, como o crescimento da participação delas: em 2024, as mulheres representavam 55% dos estudantes de graduação, 61% dos estudantes de pós-graduação e 49% do corpo docente. Outro destaque é o aumento da participação feminina em cargos de liderança:
elas já ocupam 47,7% das posições de gestão na UFMS, um avanço expressivo em relação a 2023, quando representavam 37%.
Para os próximos anos, a expectativa é que o programa amplie suas ações. Entre os avanços planejados, estão o aprimoramento da Política de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio; mais investimentos para mulheres na ciência; consolidação da política de maternidade e paternidade, a instalação de salas de amamentação e novas Brinquedotecas; criação de novos programas de mentoria e liderança feminina; e o desenvolvimento de cursos e formações sobre equidade de gênero.
“O objetivo é expandir e consolidar as ações do Programa Sou Mulher UFMS, garantindo a formação de homens e mulheres conscientes e respeitosos uns com os outros, em um ambiente harmonioso”, diz a pró-reitora Vivina.
Mulheres e meninas na ciência
Uma das formas de incentivar a participação feminina na ciência, é justamente por meio do apoio a projetos coordenados por elas. Em 2024, a participação de professoras e técnicas na coordenação de projetos de ensino, pesquisa, extensão, empreendedorismo e inovação chegou a 52,4%.
Além de serem exemplos de liderança, essas pesquisadoras têm encorajado meninas a atuarem em áreas que por muito tempo foram dominadas pelos homens: as STEM – sigla que, em português, quer dizer Ciências, Tecnologias, Engenharias e Matemática.
Na Faculdade de Computação, a professora Luciana Montera criou o projeto Elas Programando, para motivar e acolher as meninas que ingressam na área na UFMS. “Esta é uma forma de motivar ainda mais e despertar o interesse dessas meninas para o curso que elas escolheram”, conta Luciana.
No Câmpus da UFMS do Pantanal, o projeto coordenado pela professora Roberta Murta busca atingir as meninas nas escolas e incentivar o ingresso nas carreiras STEM. “A gente pode ser o que a gente quiser. Nós, mulheres, meninas, a gente não tem que definir a nossa carreira pelo nosso gênero, mas a gente tem que decidir pela nossa vontade, pela nossa vocação”, destaca Roberta.
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Lideranças femininas na educação superior empreendem com ações estratégicas e participativas
Mulheres ocupam metade dos cargos de direção da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
O número de mulheres na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) representa a metade da força de trabalho na Instituição. Em cargos de gestão, além da reitora Camila Ítavo, as mulheres estão à frente de quatro das sete pró-reitorias, duas das cinco agências, ouvidoria, nove direções de unidades, além de diretorias especializadas, coordenações de cursos e diversos setores.
Assim como no Brasil e no mundo, o número de mulheres em posições de liderança está avançando ano após ano. O programa Sou Mulher, que estará presente no Delas Day tem contribuído para a equidade de gênero em todos os níveis administrativos. Ao final de 2024, as mulheres representavam
55% das estudantes de graduação e 61% das estudantes de pós-graduação, 49,2% do corpo docente, 48,1% do número de técnicos-administrativos e 55% do total de colaboradoras terceirizadas.
No serviço público brasileiro, as mulheres representaram 42% dos cargos de direção, de acordo com o Observatório de Pessoal do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. O desempenho é bem diferente da realidade apontada em 2019, quando a pesquisa indicou que elas ocupavam apenas 25% dos cargos de direção, apesar de serem 40% da força de trabalho.
Além de uma administração pública mais democrática, a equidade potencializa o impacto dessas lideranças na gestão e formulação de políticas públicas que atendam às necessidades da população, com uma visão complementar importante composta pelas vivências de homens e mulheres.
No serviço público, as mulheres não enfrentam diferenças de salário, como acontece na iniciativa privada, mas são desafiadas em várias outras situações, como por exemplo na assunção de cargos de liderança. Para isso, uma das metas do programa é o engajamento de professoras e técnicas-administrativas como parte ativa da Instituição e inspirá-las a gerir projetos e programas e a ocupar espaços de liderança, para uma maior igualdade entre os gêneros no ambiente de trabalho.
As políticas de equidade, alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), foram elencadas como fatores-chave para a promoção de um ambiente inclusivo, retenção de talentos, estímulo à inovação e melhores tomadas de decisões pelas organizações, conforme aponta o estudo Women in Business: Pathways to Parity, conduzido pela empresa global Grant Thornton. Ainda de acordo com o estudo, as políticas voltadas para o desenvolvimento pessoal e profissional de mulheres em diferentes estágios da carreira contribuem para um outro desafio: a permanência feminina em funções de direção.
Este conteúdo é uma produção do Primeira Página para a campanha Delas Day 2025 e não faz parte do conteúdo jornalístico do Portal.