Gabriel acumula medalhas na natação e sonha com Paralimpíadas
Gabriel Henrique de Lima nasceu prematuro de seis meses. Aos dois anos, foi diagnosticado com paralisia cerebral. Ali, começou uma luta diante do tratamento. Atualmente com 17 anos, ele construiu uma trajetória na natação, com diversas medalhas conquistadas. O sonho dele agora é disputar uma edição dos Jogos Paralímpicos, e trazer voz às pessoas com deficiência.

“Qualquer conquista de um filho, é de extrema importância. Mas quando temos um filho com deficiência, as conquistas são comemoradas, pois ela vêm muito devagar. Aos sete anos ele começou a andar. Então, durante todo esse período dos 2 ao 7 anos, foram períodos difíceis”, disse emocionada a mãe, Katiane da Silva Varela.
Os movimentos do Gabriel ainda são muito limitados. Com quase duas décadas vividas, ele consegue andar pequenas distâncias, com auxílio de muletas. Fruto de cirurgias e muita fisioterapia.

Lidar com o preconceito
Mesmo com as dificuldades, Gabriel relembra da infância como um período feliz, na maior parte do tempo. Ainda assim, ele teve que lidar com o preconceito.
“A sociedade hoje em dia não está muito preparada para receber um indivíduo com alguma deficiência. A maioria das vezes não sabem como tratar, ou excluindo não por maldade, mas por não saber lidar”, refletiu.
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Natação
Na natação, Gabriel buscou uma forma de socialização e uma nova maneira de ampliar os movimentos.
Foram necessários um ano e oito meses para que ele disputasse a primeira competição.
“Foi um grande desafio, porque ele tem uma mobilidade bem reduzida e as regras são diferentes na paranatação. Temos que adequar os estilos dentro das limitações que eles apresentam, para que os atletas possam ter um treinamento e um desenvolvimento adequado para conseguir as marcas e as conquistas”, disse Maristela Amaral Gaúna, professora de natação.
Atualmente, ele já acumula conquistas em competições nacionais. Por dia, ele treina cerca de duas a três horas.

O objetivo da professora, e sonho de Gabriel, é disputar uma Paralimpíada. Até lá, ele quer trazer mais visibilidade e voz para as pessoas com deficiência, perante à sociedade.
“Quero ser um exemplo para que outros jovens com deficiência vejam que podem ter o papel deles na sociedade. O esporte é muito transformador, e um expoente que pode pegar o jovem com deficiência, e mostrar pra sociedade que estamos aqui, que temos voz”, expressou Gabriel.