Alfredo da Mota Menezes

Alfredo da Mota Menezes

Estrada da Chapada

Impressiona como era e ainda é quase nula a participação das pessoas da Chapada e dos interesses comerciais dali em resolver esse assunto

Voltou ao noticiário e as falações sobre a rodovia para Chapada dos Guimarães, principalmente no chamado Portão do Inferno. Chuvas e ameaças de pedras caindo trouxeram de volta esse assunto.

Isso vem ocorrendo faz tempo. Historiadora mostrou em artigo outro dia que em março de 1977, 46 anos atrás, foi feita licitação para se fazer obra na estrada, incluindo o Portão do inferno. Em outros anos mais à frente também apareceram falas sobre essa obra, ela mostra. E todo converseiro ocorria no período de chuvas.

Telas de proteção estão sendo colocadas na região do Portão do Inferno, na MT-251. (Foto: Daniel Berigo/Secom-MT)
(Foto: Daniel Berigo/Secom-MT)

Agora, como antes, além da estrada atual da Chapada, tem comentários sobre outras alternativas e até mesmo construção de rodovia nova para aquele município. Se fala até em túneis ou cortar morro para solucionar o problema.

O governo do estado fala em solucionar agora de forma definitiva. Tem dinheiro em caixa para isso. Se fizer acaba ganhando dividendos políticos, principalmente em rodovia perto da capital. Espera-se que desta vez, diferente de outros momentos, se resolva esse assunto mesmo.

Mas voltando um pouco no tempo: impressiona como era e ainda é quase nula a participação das pessoas da Chapada e dos interesses comerciais dali em resolver esse assunto. Praticamente não se tem pressão para solucionar este problema, incluindo voto em eleição.

Ali tem turismo e negócios ligados a isso como hotéis, pousadas, restaurantes e não se ouve manifestações de pessoas dessas áreas buscando meios para solucionar um problema que, como agora, pode prejudicar seus negócios. Uma pressão natural em torno de autoridades dali e da capital para resolver o que ocorre na estrada quase todos os anos.

Menos gente subindo a serra, menos negócio nos diferentes setores comerciais da cidade. Li uma dona de pousada dizendo que havia diminuído em mais de 70 por cento a procura para reservas. Poderia haver até desemprego se a situação atual persistir. A coisa se complicaria mais ainda. Tem outro problema ainda: preço dos alimentos subindo por se fazer viagens mais longas.

Numa época de eleição municipal, como deste ano, candidatos poderiam eleger esse tema como prioridade na campanha e, se eleitos, trabalharem juntos a setores específicos do estado para tentar resolver aquele assunto de uma vez por todas.

Em eleição, como a de 2026, em que candidatos a deputados estaduais, federais e senadores e até ao governo vão pedir votos ali seria o momento de se ter um compromisso com eles para enfrentar esse problema.

Ah, mas a cidade tem problemas maiores que este como a desigualdade social e a atendimento na saúde. Mas um fato não elide o outro.

Parece que tem mais interesse de gentes de Cuiabá em solucionar aquele problema do que os próprios chapadenses. Ou será que esse interesse é hoje até menor porque o município recebe turistas de Campo Verde e Primavera sem necessidade de se passar pelo tal Portão do Inferno?

Deixando essa e outras ilações de lado: é tempo de solucionar esse problema na estrada da Chapada. O governo Mauro Mendes afirma que vai fazer esse enfrentamento após as chuvas.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Alfredo da Mota Menezes , e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

Comentários (5)

  • Alaerte Luiz de Freitas

    Falta foco, também falta atuação política pela divisão de poder da sociedade. Quando das eleições para governo, deputados e presidente, nossos políticos não são capazes de prazer política no sentido grande, dividem a participação em muitos candidatos a deputados Estaduais e federal. Deveria nesta hora trabalhar unidos para dois ou três candidatos com possibilidades de serem eleitos e negociar com o mesmo responsabilidade de trabalhar pelo nosso município, porém dividem cada um fazendo política a vários, até candidato com base em outros municípios distantes. Acaba que cada um leva meia dúzia de votos e acha não ter obrigação de ajudar nosso município.

  • Ezequiel

    Chapada está precisando de um tocador de obras. Estão com medo do Icmbio.

  • Helio silva

    Não acho nula a participação das pessoas da Chapada. É facil falar das pessoas da chapada e dificil falar e acusar os politicos do nosso estado. Lembro das decadas passadas que nossos jornais fazia critica, e muitos não atacava e sim fazia a chamada critica construtiva. Primeiro o portão do inferno esta do lado de Cuiabá Salgadeira, Rio Claro, Rio dos Peixe, Mutuca também. Tos esses lugare é completamenta lotados de turistas. Então não é o povo , a critica serve para o nosso governo, ou melhor aos nossos politicosss.

  • Delmondes

    Acredito q seja necessário fazer uma obra nesta rodovia q realmente resolva o problema apontado, isso trará segurança aos turistas e a quem necessita fazer uso constante dessa estrada q faz a ligação entre Cuiabá e Chapada, mas q isso seja feito antes q ocorra alguma tragédia no local, caso haja um bloqueio prolongado ou interrupção permanente por conta de ocorrer um desabamento de maior proporção, o comércio em geral e principalmente aquele q depende do turismo será grandemente afetado economicamente e no desenvolvimento das atividades cotidianas, e já está sofrendo os efeitos negativos por conta das interrupções no trânsito. No caso de obstrução permanente a cidade de Chapada ”entrará” no esquecimento de muitos e seu custo de vida ficará muito alto. Que seja dados fim a soluções paliativas e
    que realmente seja elaborado e executado o projeto mais eficaz e q traga mais segurança a todos q utilizam esse trajeto…talvez uma ação e intervenção nos pontos tidos como críticos, tipo provocando um desmoronamento controlado nesses locais já resolva e seja mais rápido a execução…esse movimento só terá força se as lideranças locais e políticas se unirem em uma comissão p cobrar destinação de recursos e agilidade na execução do projeto.
    Penso eu q o governador Mauro Mendes já está dando atenção especial a essa situação e q as lideranças locais já estão cobrando, de algum tempo, uma solução eficaz p o caso, pois estes já estão sendo impactados em todas as áreas.
    Estou apenas colocando minha observação pessoal, a situação pode ser muito mais crítica do q essa minha observação.

  • Clelia

    Excelente matéria, parabéns a quem escreveu, quem sabe abriu os olhos de alguns político s para resolverem o problema!