Governador e Raoni vão ao DF e pedem a Ibama para asfaltar MT-322
O cacique procurou o governador Mauro Mendes (UB), pedindo apoio para execução da obra, mas defende que Ibama seja responsável pelo licenciamento
O asfaltamento da MT-322, que passa por terras indígenas em Mato Grosso, foi tema de uma reunião nesta quinta-feira (6) na sede do Ibama, em Brasília.
O encontro contou com a presença do cacique Raoni Metuktire, liderança indígena reconhecida internacionalmente, do governador Mauro Mendes (UB) e de outras lideranças indígenas.

Durante a reunião, o grupo apresentou ao órgão o projeto elaborado pelo governo do Estado para a pavimentação da estrada. Agora, cabe ao Ibama analisar a proposta e emitir a licença necessária para que a obra possa avançar.
O Instituto Raoni defende que o governo federal seja o responsável pela elaboração do projeto de asfaltamento. No entanto, Raoni reconhece a necessidade de melhorias na rodovia e, por isso, procurou Mauro Mendes no fim do mês passado para pedir apoio na execução da obra no trecho que passa por terras indígenas.

O cacique enfatizou, porém, que não solicitou a transferência do licenciamento para o governo estadual, uma vez que a autorização deve ser concedida pelo Ibama.
A assessoria do Ibama informou que a proposta será avaliada.

O traçado da rodovia, caso receba aprovação ambiental, será executado entre os municípios de Peixoto de Azevedo (674 km de Cuiabá) e São José do Xingu (952 km de Cuiabá). O governador Mauro Mendes já havia anunciado sua intenção de buscar a liberação das licenças em Brasília após o pedido do cacique Raoni.
“É um desejo dos indígenas. Todos querem o asfaltamento. Vamos pedir que nos autorizem a fazer o projeto e iniciar o processo de licenciamento, seguindo todas as normas ambientais e legais”, afirmou Mendes.
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) já se manifestou favorável à realização de serviços de manutenção e conservação da rodovia.
A área
Cerca de 100 km da MT-322 estão localizados no limite entre duas terras indígenas: Capoto-Jarina, onde vive Raoni com os povos Kayapó, Yudjá, Tapayunae Trumai, representados pelo Instituto Raoni; e Território Indígena do Xingu (TIX), onde vivem 16 povos diferentes representados pela Associação Terra Indígena do Xingu (ATIX).
A Fundação Nacional dos Povos indígenas (Funai) se manifestou favorável à realização dos serviços de manutenção e conservação da via.