Caso Diddy: 6 pontos para entender o que é fato ou fake sobre escândalo
Sean "Diddy" Combs, também conhecido como P. Diddy, responde a acusações de extorsão, tráfico sexual, prostituição e incentivo ao abuso de drogas
A prisão do rapper e empresário Sean “Diddy” Combs, também conhecido como P. Diddy ou Puff Daddy, é apenas a “ponta do iceberg” de uma investigação que apura crimes de extorsão, tráfico sexual, prostituição e uso indiscriminado de drogas durante as festas organizadas pelo empresário.
O escândalo abalou o cenário musical norte-americano devido à grande influência de Diddy no setor. O empresário é apontado como um dos responsáveis por descobrir artistas como Usher, Mary J. Blige e Notorious B.I.G.
Além disso, Diddy é amigo de alguns dos artistas que compõem a “nata” da música internacional. Essas relações levantaram uma série de teorias sobre o suposto envolvimento de outros grandes nomes do mercado musical nos crimes atribuídos ao produtor.
Entretanto, a maior parte dessas teorias não passa de boato.
Confira abaixo o que é fato e o que não passa de especulação sobre o caso Diddy.
Acusações e prisão
Sean “Diddy” Combs foi preso acusado de tráfico sexual, associação ilícita e promoção da prostituição, no dia 16 de setembro. Ele segue atrás das grades após ter o pagamento de fiança negado.
Conforme a Promotoria de Nova York, nos EUA, “durante décadas”, Sean Combs “abusou, ameaçou e coagiu mulheres e outras pessoas ao seu redor para satisfazer seus desejos sexuais, proteger sua reputação e ocultar suas ações”.
A acusação afirma que ele usava seu “império” musical para atingir seus objetivos, conforme o portal g1. À imprensa americana o promotor Damian Williams disse que Combs construiu um sistema baseado na “violência” para obrigar as mulheres a “longas relações sexuais com garotos de programa”, sob efeitos de drogas como ecstasy GHB (conhecida como a droga dos estupradores) e cetamina, e que o rapper gravava esses abusos.
“Quando não conseguia o que queria, era violento, (…) chutava e arrastava as vítimas, às vezes pelos cabelos”, disse o promotor.
Os abusos ocorriam durante as festas promovidas pelo rapper. Durante as orgias, Combs gravava as mulheres em situações comprometedoras, para chantageá-las, e, supostamente, recorria a armas para intimidá-las.
Como tudo começou
A investigação que culminou na prisão do rapper partiu das acusações feitas pela ex-namorada do empresário, Cassie Ventura.
No final de 2023, Cassie acusou de submetê-la por mais de uma década a abusos físicos e drogá-la, além de estuprá-la em 2018.
Vídeo de uma câmera de segurança em um hotel, divulgado em maio, mostra Combs agredindo fisicamente Cassie e a arrastando pelo cabelo para o quarto do qual ela tentava fugir.
Os dois, entretanto, chegaram a um acordo nos tribunais, mas uma série de denúncias de agressão sexual vieram à tona.
Em dezembro, uma mulher afirmou ter sido vítima de um estupro coletivo, quando tinha 17 anos, que teve a participação de Combs.
O que diz a defesa de Diddy?
Tanto Combs, quanto a defesa do empresário, negam as acusações.
Artistas e empresários acusados
Outros nomes poderosos da música e até do cinema, são citados no processo que tem Combs no centro do escândalo. Entre eles está o ator Cuba Gooding Jr, vencedor do Oscar por seu trabalho no filme ‘Jerry Maguire’.
Em processo que move contra P. Diddy, o antigo produtor e cinegrafista do rapper, Rodney “Lil Rod” Jones, afirma que Combs teria sugerido que Jones e Cuba “se conhecessem” melhor e os deixou sozinhos em um iate.
Na ocasião, Gooding teria assediado e agredido Jones.
Gooding Jr já foi acusado de assédio em 2023. Na ocasião, ele se declarou culpado por passar a mão e beliscar as nádegas de mulheres em Manhattan. Um acordo foi firmado com as vítimas.
A rapper Yung Miami, ex-namorada de Combs, também é citada nas acusações de Jones. A artista era uma das mulheres “que recebiam uma taxa mensal para trabalhar como profissionais do sexo do Sr. Combs” e chegou a alugar um avião para levar drogas para o rapper, conforme Jones.
O jornal “Los Angeles Times” também teve acesso a lista de co-réus no processo feito por Jones. Além de Combs, são acusados o filho dele, Justin Dior Combs, o presidente-executivo do Universal Music Group, Lucian Charles Grainge, UMG, o ex-executivo da Motown Records, Habtemariam e Motown Records, Love Records, Combs Global Enterprises, ABC Corporations, a chefe de gabinete de Diddy, Kristina “KK” Khorram, e várias pessoas que não foram identificadas.
O que é boato
Desde a prisão, uma enxurrada de teorias da conspiração tomou conta da internet, acusando outros amigos famosos de P. Diddy de saberem sobre os crimes cometidos pelo cantor.
A lista de nomes poderosos é enorme: Usher, Naomi Campbell, Jay-Z, Beyoncé, Leonardo DiCaprio, Jennifer Lopez.
Justin Bieber e até Rihanna são citados como artistas que teriam sofrido as consequências dos esquemas arquitetados por P. Diddy.
Entretanto, nenhum dos artistas mencionados se manifestou sobre as fake news divulgadas.
Os nomes desses famosos sequer são citados no processo em que P. Diddy é réu.
Julgamento
Diddy aguarda o julgamento das acusações atrás das grades. Ainda não há data marcada para uma audiência. De acordo com especialistas ouvidos pela imprensa internacional, se condenado pelos crimes, P. Diddy pode enfrentar uma pena que varia de 15 anos a prisão perpétua.
