Apae de Campo Grande afasta funcionários envolvidos em esquema de corrupção
Paulo Henrique Muleta Andrade e Kellen Lis Oliveira da Silva atuavam no CER/APAE de Campo Grande
A Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Campo Grande afastou os servidores Paulo Henrique Muleta Andrade e Kellen Lis Oliveira da Silva, acusados de envolvimento no esquema de corrupção investigado na Operação “Turn Off”.

Coordenador técnico do CER/APAE (Centro Especializado em Reabilitação e Oficina Ortopédica da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Paulo Henrique foi um dos 8 presos pelos investigadores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), nesta quinta-feira (29).
Já Kellen Lis Oliveira da Silva era supervisora do setor de estomia do CER/APAE.
Em nota, a Apae informou que os dois servidores tiveram os seus contratos suspensos para que eles possam “dedicar-se em tempo integral em suas respectivas defesas”.
A entidade afirmou ainda que sempre prezou por “práticas de transparência, ética e lisura” e disse que está à “disposição das autoridades para auxiliar nas investigações”.
Não foram os únicos
Além dos dois colaboradores da Apae, outros 6 servidores do governo de Mato Grosso do Sul também foram exonerados, após serem alvos da operação.
São eles:
Edio Antonio Resende de Castro, secretário adjunto da SED (Secretaria Estadual de Educação) – preso;
Flávio Brito, adjunto da Casa Civil;
Andreia Cristina, que atua como servidora da Contratação da SED – presa;
Simone Oliveira Ramirez, servidora na pasta de Pregão da SAD (Secretaria de Estado de Administração) – presa;
Márcia Barbosa Borges, servidora que atua na SES (Secretaria de Estado de Saúde);
Pedro Henrique Caetano Monteiro Bastos, servidor que atua na SES (Secretaria de Estado de Saúde).
Também são alvos da investigação:
- Thiago Mishima, assessor parlamentar do deputado federal Geraldo Resende – preso;
- Sérgio Duarte Coutinho Junior, empresário – preso;
- Lucas de Andrade Coutinho, empresário – preso;
- Victor Leite de Andrade, empresário – preso;
De acordo com a investigação, a organização criminosa desviava dinheiro público por meio de licitações públicas para a compra de bens e serviços. Todos os alvos da operação devem prestar depoimento ao Gaeco. A investigação tenta descobrir contradições entre os envolvidos e não descarta uma delação premiada. Além disso, todo o material apreendido será analisado pelos peritos, principalmente computadores e celulares.
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A operação
A compra de ares-condicionados com valor acima de mercado foi o alerta para a descoberta do esquema de corrupção denunciado pela operação “Turn Off”. No contrato, que foi o pontapé inicial para a investigação, um aparelho de 18.000 BTUs saiu por mais de R$ 12,7 mil – o dobro do valor de mercado identificado pela reportagem do Primeira Página.
Ao todo, foram expedidos ao todo 8 mandados de prisão preventiva e 35 mandados de busca e apreensão.
As buscas foram cumpridas nos municípios de Campo Grande, Maracaju, Itaporã, Rochedo e Corguinho. A operação teve apoio operacional do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar.