Ex-comandante da PM é procurado após condenação por desvio de combustível

Ardonil Manoel Gonzalez Junior desviou combustível destinado às viaturas da PM, adulterou os hodômetros dos veículos oficiais para inflar falsamente o consumo e, além disso, utilizou bens públicos, como viaturas e armas, em benefício próprio

O ex-comandante da Polícia Militar de Tangará da Serra, Ardonil Manoel Gonzalez Junior, está foragido desde que teve sua prisão decretada pela Justiça Militar do Estado, em 5 de março. Segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o tenente-coronel Ardonil Manoel Gonzalez Junior desviou combustível destinado às viaturas da Polícia Militar, adulterou os hodômetros dos veículos oficiais para inflar falsamente o consumo e, além disso, utilizou bens públicos, como viaturas e armas, em benefício próprio.

A Polícia Militar está investigando a ação dos policiais (Foto: PMMS)
(Foto: reprodução)

Essas irregularidades levaram à sua condenação por peculato, resultando em uma pena de 8 anos, 1 mês e 6 dias de reclusão, a ser cumprida em regime fechado, com a expedição de mandado de prisão imediato. Conforme o Ministério Público, os crimes foram praticados entre fevereiro de 2006 e janeiro de 2008.

A movimentação mais recente no processo ocorreu após o juiz Moacir Rogério Tortato, da Vara Militar de Cuiabá, declarar extinta a punibilidade de um dos réus do mesmo caso, Fernando Schulz Galvão da Silva.

Fernando havia sido condenado a três anos, sete meses e seis dias de reclusão, em regime aberto, mas a pena foi considerada prescrita, já que o acórdão condenatório só transitou em julgado em fevereiro de 2025 — mais de onze anos após o recebimento da denúncia, em novembro de 2013.

Diante disso, o magistrado reconheceu a perda do direito de punir por parte do Estado e ordenou o recolhimento da guia de execução contra Fernando.

Apesar da extinção da pena de Fernando, a Justiça manteve o processo em aberto exclusivamente em relação a Ardonil Gonzalez Junior, cuja prisão continua decretada.

Enquanto isso, o nome de Ardonil Manoel Gonzalez Junior segue na lista de procurados, e o caso só será arquivado definitivamente após sua captura.

Em contato com o Primeira Página o, agora tenente-coronel, Fernando Schulz, explicou que hoje está caminhando para a reserva da PM, e que esteve à disposição da Justiça durante a tramitação do processo. Foi absolvido na esfera militar e depois, quando o TJMT reformou a sentença e o condenou, o suposto crime já havia prescrito, dessa forma, ele já cumpriu as determinações da ação.

“Quando o TJMT reformou a decisão, meu caso estava prescrito já, não tem consequência nenhuma, é como se eu tivesse sido absolvido, digamos assim. E esse fato foi em 2007, há quase 20 anos e não me trouxe consequência de maneira administrativa”, explicou ele.

O Primeira Página tenta localizar a defesa dos outros condenados.

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