Justiça mantém presos policiais suspeitos de esquema de tráfico em presídio

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul decretou, nesta quarta-feira (20), a prisão preventiva de dois policiais, um penal e um militar reformado, por tráfico. Os dois são suspeitos, junto com um detento, de abastecer presídios de Campo Grande com drogas, celulares e bebidas alcoólicas. Outras cinco mulheres o grupo tiveram a liberdade […]

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul decretou, nesta quarta-feira (20), a prisão preventiva de dois policiais, um penal e um militar reformado, por tráfico. Os dois são suspeitos, junto com um detento, de abastecer presídios de Campo Grande com drogas, celulares e bebidas alcoólicas.

Outras cinco mulheres o grupo tiveram a liberdade provisória concedida pela Justiça, mas serão monitoradas por tornozeleira eletrônica. Além disso, elas estão proibidas de se aproximar de qualquer presídio por 300 metros.

O grupo foi preso na segunda-feira (18), durante a “Operação Ouro Branco” deflagrada pela Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar). Os policiais já estavam investigando o grupo, mas conseguiram flagrar como eles agiam. 

Apreensao trafico_PM e policial penal_Divulgacao Denar_19102021
Celulares, drogas, carregadores e bebidas alcoólicas apreendidos com policiais presos por tráfico (Maressa Mendonça/PP)

Esquema do tráfico

Em resumo, o interno conseguia levar materiais ilícitos para o presídio porque tinha autorização para dirigir veículo carregado com lixo para fora da unidade prisional. Ele era acompanhado por policial penal que também fazia parte do esquema. Os carregamentos eram feitos três vezes por semana. 

O detento “organizava” o lixo nas laterais do reboque do veículo para impedir que câmeras de segurança filmassem ele organizando as drogas, bebidas e celulares em fundos falsos do reboque do veículo.

O material ilícito era deixado horas antes em container ao lado de onde o veículo seria estacionado. As responsáveis por levar o material até o local eram as mulheres, sendo uma delas esposa do interno. A ação para entrada da droga e celulares no presídio durava, em média, uma hora.

PM reformado

A assessoria de comunicação da Polícia Militar informou que a corregedoria da instituição está acompanhando o caso, mas as investigações continuarão sendo feitas pela Denar. 

Ainda conforme a assessoria da instituição, o policial reformado cumpria pena em regime aberto no Presídio Militar Estadual por homicídio. 

Ele matou um jovem de 21 anos durante uma briga de trânsito. O crime aconteceu em 2016 no município de Rio Verde. Ele já estava na reserva da PM e, em  2017, o Conselho da 

Polícia Militar foi unânime em decidir pela reforma do militar. Diferente do policial da reserva, os militares reformados não podem mais voltar à ativa. 

Policial Penal

A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) também divulgou nota sobre o caso. Eles informaram que a ocorrência será acompanhada, mas detalhes não serão repassados para não atrapalhar as investigações.

Eles enfatizaram que, “a operação foi extremamente positiva para o sistema prisional, no sentido de identificar e eliminar este meio de acesso de ilícitos, prática que a administração penitenciária vem buscando por todos os meios combater”, finalizaram.