Marcado para 9 de março julgamento por morte que levou a polícia a prender serial killer
Defesa diz que vai tentar mudar a data, pois o réu já tem outro júri agendado no dia anterior
No dia 9 de março de 2022, Cleber de Souza Carvalho, 45 anos, o Filé, deve sentar no banco dos réus pelo crime que o fez conhecido em Campo Grande. Na data, está marcado o julgamento pelo assassinato do comerciante José Leonel Fernandes dos Santos, 60 anos, a primeira das sete mortes confessadas pelo serial killer. A esposa dele também vai a júri.
A data foi definida nesta terça-feira (15) pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande. Embora essa seja a investigação que começou primeiro, pode ser definida como a mais complexa, por envolver toda a família de Cleber.
Filé foi preso, em 15 de maio de 2020, uma semana depois que a filha e a esposa foram encontradas na casa da vítima, na Vila Nasser. O corpo estava no quintal e a família estava vivendo no imóvel. Tinha até derrubado parede.
Entenda
Demorou para haver definição de data para o júri porque houve contestação das participações da filha de Cleber, Yasmin, de 20 anos, e da esposa dele Roselaine Tavares Gonçalves, 45 anos, na morte do comerciante.
Os advogados conseguiram livrar Yasmim, que foi declarada inimputável, por ser considerada deficiente intelectual. Também houve tentativa de tirar Roselaine da cena do crime, sem êxito.
O último pedido dos defensores – que tramitava desde agosto do ano passado – só teve desfecho agora, com a negativa do magistrado em ordenar a realização de reprodução simulada do episódio criminoso.
Chegou a haver decisão nesse sentido, assim como a determinação de novo laudo pericial na casa. Diante do tempo passado e de o imóvel ter sido derrubado, a polícia científica informou não haver condições para recriar o cenário do assassinato. O intuito dos advogados era, segundo argumentaram, provar que Cleber agiu sozinho.
Foi negativa a resposta do magistrado, num segundo pedido com o mesmo teor, feito em 25 de janeiro. Nesta terça, a autoridade agendou a sessão para o júri.
Cleber, que confessou sete mortes, já foi submetido a um julgamento, no mês passado, quando foi condenado a 15 anos de prisão. Saiba abaixo como está o andamento dos casos.
O que diz a defesa?
O advogado Dhyego Fernandes Alfonso declarou ao Primeira Página que vai pedir a mudança da data do júri, pois já existe outra sessão para julgamento marcada no dia 8 de março, na 1ª Vara do Tribunal do Júri.
“A defesa fica prejudicada com dois júris seguidos. Cada júri requer um dias de estudo e preparação”, afirmou. Além disso, conforme o profissional do Direito, o colega de banca tem audiência já marcada na mesma data.
