Ministério Público denuncia 8 pessoas pela morte de maranhenses em Cuiabá
O crime aconteceu quando as vítimas foram até uma kitnet para trocar uma lâmpada. Os suspeitos chegaram ao local. As vítimas foram amarradas e levadas para o local do homicídio.
O MPMT (Ministério Público de Mato Grosso) apresentou denúncia contra oito pessoas, acusadas de assassinar quatro maranhenses, em maio de 2022, no Bairro Jardim Renascer, em Cuiabá. De acordo com a investigação, todos os denunciados são membros de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios do estado e acreditavam que duas das vítimas eram membros de uma facção inimiga. Esta seria a motivação do crime. Eles foram indiciados pela Polícia Civil e agora denunciados à Justiça.

Foram denunciados pelo MPMT Gabriel Ítalo da Silva Costa, vulgo “Torto”, Vinícius Barboza da Silva, vulgo “Melancia”, Igor Augusto da Silva Carvalho, vulgo “Barbado”, Leondas Almeida de Jesus, vulgo “Léo Maconha”, Cleiton Ozorio Carvalho Luz, vulgo “Maneco”, Cleison Thiago Xavier dos Santos Luz, Marcelo Wagner Cruz de Oliveira, vulgo “Macaco/Índio” e Wanderson Barbosa da Cruz, vulgo “Van/Piti”. Eles foram alvo de operação policial.
O Primeira Página não conseguiu contato da defesa dos denunciados.
Na ação foram assassinados Tiago Araújo, Paulo Weverton Abreu da Costa, Geraldo Rodrigues da Silva e
Clemilton Barros Paixão.
Segundo a denúncia, as vítimas, especialmente, Tiago Araújo e Paulo Weverton Abreu da Costa, quando ingeriam bebidas alcoólicas, diziam ser integrantes de organizações criminosas denominadas “PCC” e “Bonde dos 40”, facções rivais a que os denunciados pertenciam. O fato chegou ao conhecimento da liderança da facção, que decretou a morte das vítimas.
O crime aconteceu quando as vítimas foram até uma kitnet para trocar uma lâmpada. Os suspeitos chegaram ao local. As vítimas tiveram o pulso amarrados com cordas de varal e os conduziram até os veículos que os aguardavam, sendo um veículo GM Celta de cor preta, um Fiat Uno de cor prata e um Honda Civic também de cor prata.
Os denunciados levaram as vítimas até o local dos homicídios. O MPMT também pediu o pagamento de danos morais aos familiares das vítimas.
Entenda o caso
Segundo o delegado da Polícia Civil, Caio Albuquerque, as vítimas foram atraídas por uma mulher até o local do sequestro.
No dia 24 de janeiro, a Polícia Civil cumpriu 18 mandados de prisão e de busca e apreensão, durante a Operação Kalypto, contra integrantes de uma facção criminosa que determinou um “tribunal do crime” porque julgaram que as quatro vítimas pertenciam à outra facção e resolveram assassinar os jovens – Tiago e Geraldo eram irmãos, Clemilton era cunhado deles, e Paulo era amigo dos três.
Segundo a polícia, as quatro vítimas desapareceram do conjunto de quitinetes onde moravam, no Bairro Jardim Renascer, na capital, há quase dois anos.
No dia seguinte, familiares de duas vítimas procuraram a Polícia Civil e registraram um boletim de ocorrência pelo desaparecimento. Quatro dias depois, a equipe recebeu informações de que um morador do Jardim Renascer estaria envolvido no desaparecimento das vítimas.
A investigação da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) apurou que as vítimas foram decapitadas, tiveram dedos amputados e um dos homens foi atingido por um disparo no peito. Outras duas foram mortas com tiros na nuca.
Os suspeitos devem responder por homicídio triplamente qualificado – por impossibilidade de defesa, motivo torpe e meio cruel – além de ocultação de cadáver, sequestro e integração de organização criminosa.
“Ao se tratar de crimes praticados por integrantes de organização criminosa, a busca do maior e melhor suporte informativo é necessária para esclarecer quem são os autores e como agiram, assim como localizar os corpos”, destacou o delegado.
Além de condenar as quatro vítimas a um tribunal da facção, os integrantes da organização criminosa responsáveis pelas mortes também coagiram familiares das vítimas, que foram obrigados a ir embora de Cuiabá.