Mulher que atraiu ex para a morte é condenada a 30 anos de prisão
Para atrair a vítima, Linayara adquiriu um chip de celular em nome de terceiro e criou um perfil falso no WhatsApp, se passando por outra mulher
Após um julgamento que se estendeu por mais de 14 horas, o Tribunal do Júri de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, condenou Linayara da Silva a 30 anos e oito meses de prisão, no dia 20 de fevereiro. Esta foi a terceira vez que a ré foi julgada pelos homicídios do ex-namorado, Adilson Protázio Felizarti, e de Lucas Alexssander Oliveira Miranda, pois os julgamentos anteriores haviam sido anulados.

O Conselho de Sentença acatou a tese da promotora de Justiça substituta, Ana Flávia de Assis Ribeiro, que argumentou que os crimes foram cometidos por motivo torpe e com recurso que dificultou a defesa das vítimas. Linayara cumprirá a pena em regime fechado.
O crime
Segundo a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), os homicídios ocorreram na noite de 15 de janeiro de 2017, quando Adilson e Lucas foram mortos a tiros no meio da rua. As investigações apontam que Linayara manteve um relacionamento com Adilson, mas, inconformada com o término, decidiu matá-lo após ele recusar uma reconciliação.
Para atrair a vítima, Linayara adquiriu um chip de celular em nome de terceiro e criou um perfil falso no WhatsApp, se passando por outra mulher. Através desse artifício, marcou um encontro com Adilson e repassou sua localização a Rafael Ferreira da Silva e outros dois comparsas, que executaram o crime.
Na ocasião, Adilson pilotava uma motocicleta, levando Alan de Melo Garcia na garupa, enquanto Lucas Alexssander seguia ao lado. Os criminosos, que estavam em um carro, dispararam diversas vezes contra as vítimas. Alan conseguiu fugir sem ferimentos, mas Lucas foi atingido por três tiros nas costas e Adilson sofreu onze disparos.
Rafael Ferreira da Silva, também denunciado pelo MPMT, já foi condenado pelos homicídios.