"Jaity muro": livro que nasceu do palco traz vivências de autoras em Dourados; Ouça

Quadro "E aí? Tá lendo o quê?", da Morena FM, mostra como foi a construção do livro "Jaity Muro" e leitura dramática que encanta

Quantos muros precisam ser derrubados para vencer as fronteiras do preconceito? Para Júnia Pereira, Karla Neves e Rossandra Cabreira, essa luta pode ser feita por meio da arte e da literatura.

JAITY MURO
Peça deu origem a livro que foi lançado em abril deste ano (Foto: Raique Moura)

As três criaram uma dramaturgia única ao trazer experiências indígenas e não-indígenas vivenciadas na cidade de Dourados, interior de Mato Grosso do Sul, para a peça “Jaity Muro”, primeira obra do grupo Orendive Teatro Intercultural, criado em 2018.

Agora, após brilhar nos palcos, a obra foi transformada em um livro, lançado no mês de abril, com o título homônimo “Jaity Muro”, que em tradução livre para o português, significa “derrubemos muros”.

A publicação é bilíngue, em português-kaiowá, com tradução da professora Rossandra Cabreira, que nasceu na Aldeia Jaguapiru, em Dourados, distante a 201km de Campo Grande, onde trabalha como professora da língua kaiowá.

“Na minha língua, o kaiowá, significa derrubar ou derrubemos, derrubar o muro de preconceitos, o muro que separa entre os não indígenas e os indígenas, por isso que veio esse título. Foi uma grande oportunidade de manter a língua viva também, por esse motivo o livro foi traduzido em kaiowá também”, explica.

Rossandra Cabreira, professora, escritora e atriz
Júnia Pereira, Rossandra Cabreira e Karla Neves, autoras do livro em edição bilíngue
Júnia Pereira, Rossandra Cabreira e Karla Neves, autoras do livro em edição bilíngue

Júnia explica como as experiências dela e de Rossandra ajudaram na construção da peça, e posteriormente, do livro.

“É um trabalho que a gente começou a partir de um desejo de falar sobre a cidade de Dourados a partir de diferentes perspectivas, eu como uma mulher não-indígena que mora em um bairro de classe médica, e a Rossandra, que é uma amiga que eu conheci na UFGD [Universidade Federal da Grande Dourados], kaiowá e que mora na reserva indígena. Juntas, nós começamos a nos encontrar, com o desejo  de fazer um trabalho teatral, começamos a escrever sobre as nossas sensações, nossas experiências com a cidade e aí a partir disso a gente foi estruturando a partir da dramaturgia desse trabalho, que estreou em 2018”, frisa Júnia.

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No quadro “E aí? Tá lendo o quê?”, da Morena FM, o jornalista Ronie Cruz, conversou com as autoras da publicação e mostrou um pouquinho da atmosfera que circunda a obra. A leitura dramática é capaz de transportar o ouvinte para lembranças de quem cresceu vendo a avó tecer colchas.

“Vai ter encantos, magia, você vai poder sobrevoar, viver aonde eu moro”.

Rossandra Cabreira, professora, escritora e atriz

Clique aqui para ouvir e se encantar

Serviço – Mais informações sobre o livro podem ser obtidas aqui.

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