Desmatamento na Amazônia cresce 56% no governo Bolsonaro

Segundo levantamento do Ipam, no período de agosto de 2018 a julho de 2021, a destruição de áreas de floresta aumentou 56,6%

Desmatamento na Amazônia Foto: Reuters
Desmatamento na Amazônia aumentou sob o governo Bolsonaro, aponta estudo. (Foto: Reuters)

O desmatamento na Amazônia cresceu 56,6% na gestão do governo Bolsonaro. Segundo levantamento feito pelo Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), no período de agosto de 2018 a julho de 2021, a destruição de áreas de floresta aumentou 56,6% em relação ao mesmo período em anos anteriores.

O mesmo levantamento também revela que o Pará segue batendo recorde, desde 2017 o Estado tem as áreas mais críticas de desmatamento. Publicado no dia 2 de fevereiro, o Ipam relaciona o avanço do desmatamento com a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) que não só enfraqueceu os órgãos de fiscalização como diminuiu a punição a crimes ambientais e ações de combate e controle de atividades ilegais na região.

Desmatamento na Amazônia

Ainda conforme a pesquisa, 51% do desmatamento dos últimos três anos ocorreu em terras públicas, do total, 83% foi em áreas de domínio federal. A devastação se concentra em especial no entorno de duas rodovias federais que atravessam o norte de Mato Grosso e o oeste do Pará.

Dentre estes territórios, as chamadas “Florestas Públicas Não Destinadas” foram as mais atingidas, tendo 85% de sua área desmatada. Só no último ano, estas áreas concentraram um terço de todo o desmatamento da Amazônia.

Nas terras indígenas, houve 153% a mais de desmatamento, o que segundo o Ipam equivale a uma área de 1.255 km². Comparado ao mesmo período em anos anteriores, a área desmatada não passava de 496 km².

Já o desmatamento em unidades de conservação teve aumento proporcional de 63,7%, com 3.595 km² derrubados no último triênio contra 2.195 km² nos três anos anteriores.

Desmatamento na Amazônia
Desmatamento na Amazônia: Instituto diz que destruição na Amazônia está indo rápido demais. (Foto: Getty Images/Via BBC)

“Estamos subindo degraus rápido demais quanto à destruição da Amazônia. Quando olhamos para os números dos últimos três anos, fica claro o retrocesso daquilo que o Brasil foi um dia. Seguimos um caminho totalmente oposto às atitudes que o planeta precisa, com urgência, neste momento”, declara a diretora de ciência do Ipam, Ane Alencar.

A tendência é de que o desmatamento cresça ainda mais se forem aprovados projetos de lei em discussão no Congresso.

Recomendações

Para conter o avanço do desmatamento na Amazônia, o Instituto recomenda que sejam elaboradas estratégias regionais robustas integradas aos planos estaduais de prevenção e controle do desmatamento, além de priorizar investigações em cima de crimes ambientais.

O Governo Federal não respondeu aos questionamentos do g1. Já a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará afirmou que 70% das áreas são de responsabilidade do governo federal e que, em territórios de competência estadual, foram realizadas operações de combate ao avanço do desmatamento.