Esperança: onça-pintada que teve patas queimadas em incêndios no Pantanal dá à luz
“Amanaci”, onça-pintada que se tornou símbolo das queimadas na região pantaneira, foi levada para tratamento no interior de Goiás
Recuperada das queimaduras de terceiro grau, mas sem poder voltar a após perder as garras, “Amanaci”, a onça-pintada que se tornou símbolo dos incêndios que atingiram o Pantanal de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, em 2020, deu à luz a dois filhotes.

Levado para o interior de Goiás, o animal quase chegou a ser sacrificado devido aos ferimentos sofridos, mas um tratamento com células-tronco permitiu que a onça desse a volta por cima. Hoje, vive em um ambiente criado especialmente para ela, no Institutp Nex, na cidade de Corumbá de Goiás.
Foi lá que Amanaci fez o tratamento, se recuperou e também começou a namorar Guarani, felino da mesma espécie, em dezembro de 2021. Aos poucos, os primeiros sinais indicavam a gravidez: o andar mais lento, a fome maior e, claro, a barriga mais volumosa.
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Pouco mais de três meses depois, o parto, momento raro e muito comemorado por biólogos e veterinários que se uniram para salvar a onça-pintada, logo após o resgate na região pantaneira.
“Ela demorou demais para sair do fogo, quer dizer para cuidar de se salvar. Ela deve ter tentado salvar um ou mais filhotes que ela talvez tivesse com eles lá”, afirmou Silvano Gianni, fundador do Instituto NEX, em entrevista ao Jornal Nacional.
Infelizmente, um dos filhotes nasceu com má-formação e acabou não resistindo. O sobrevivente logo foi para debaixo dos braços da mãe, que não desgrudou do pequenino.
Futuro do filhote de onça-pintada
De acordo com especialistas, a intenção é que, no futuro, o filhote ocupe espaço deixado pela mãe, na natureza.

“Graças a Deus, a gente pode fazer tudo pela Amanaci e ela está bem. Só que deixou um buraco no Pantanal e a gente quer preencher esse buraco com o filhote dela, que tem o mesmo genoma dela, que é do mesmo bioma, para ver se a gente tenta amenizar a interferência do homem na natureza”, afirma Daniela Gianni, coordenadora de projetos do Instituto NEX.