MT, desmatamento e Nasa
Podem ser desmatados 20% de uma área nessa região. Acima disso, pela lei nacional, seria ilegal
Chamou atenção a visita ao Brasil do administrador da Nasa, a agência que administra assuntos aeronáuticos e espaciais dos EUA. Esteve no Inpe, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, e na Embraer. Encontrou ainda com o presidente Lula em Brasília.
A agência norte-americana vai ajudar a monitorar a região amazônica, principalmente sobre a questão do desmatamento. Um fato que merece toda a atenção de Mato Grosso. Parte da produção agropecuária do estado está na área amazônica.

Agora vai aumentar o rastreio de tudo que ocorre nesse bioma por ação da maior agência aeroespacial do mundo. E num acordo com o governo brasileiro, não tem nada de “espionagem” ou ações secretas sobre o território nacional.
E aceito que a Nasa já vinha fazendo isso, mas agora há um consentimento oficial do próprio governo brasileiro. E manda-se um recado àqueles que estão atuando de forma não legal, principalmente no desmatamento fora do que diz a lei brasileira.
Podem ser desmatados 20% de uma área nessa região. Acima disso, pela lei nacional, seria ilegal. E desmatamento ilegal trás prejuízo para o Brasil no comércio de bens da agropecuária.
Já é de conhecimento geral a lei aprovada pela União Europeia de não comprar soja, milho e carne produzida na região amazônica em desmatamentos ilegais. Até o acordo de integração econômica Mercosul-União Europeia está emperrado por causa desse assunto.
Falou-se em ingerência daquela comunidade econômica em assuntos internos do país. Mas, com esse acordo com a Nasa, o governo está mandando um recado àquela entidade de integração econômica e ao mundo que está cumprindo as regras legais de desmatamento naquele bioma.
Com isso, terá argumento para discutir em qualquer fórum mundial de que está agindo corretamente. Derruba a iniciativa da lei europeia. Mata também qualquer coisa, na mesma direção, que possa vir dos EUA, o maior competidor do Brasil em venda de soja, milho e carne bovina pelo mundo.
E manda mais ainda um recado ao produtor rural desta região. Fiquemos só no caso de MT. Comenta-se sempre que mais de 90% dos produtores dessa área obedece ao que diz a lei brasileira de só desmatar 20% de uma propriedade.
Mas que têm ocorrido casos em que estão desmantando além desse limite. Que a família aumentou, que a terra não estaria dando para sustento de todos e dai para o ato de desmatamento ilegal seria um passo a mais. Agora se terá o tempo todo satélites monitorando esse assunto nos mínimos detalhes.
Essa cooperação com a Nasa, repete-se, é útil para o estado. Qualquer alegação de agora em diante do exterior, ou do Brasil do litoral, se terá o argumento de que aquela agência aeroespacial está de olho no que ocorre na região amazônica.
E tem ainda um beneficio extra com esse acordo com a Nasa. Essa agência, além de rastrear desmatamentos, é capaz ainda de detectar níveis de umidades no solo e no ar e identificar pragas também. Isso poderá ser repassado ao produtor rural do estado.