Pequenas Centrais Hidrelétricas
O fato concreto é que no Rio Cuiabá, depois de tanta celeuma, desapareceu, por enquanto, a ideia de se construir PCHs
Publicação recente mostra que a Bacia do Rio Juruena tem condições de ter a construção de 180 Pequenas Centrais Hidrelétricas. Falam que 56 desses projetos já estariam em fase de construção, ou 30% do total imaginado para o futuro. Não se tem mais informações para dizer se aquele sistema suporta tantas hidrelétricas. Se suportar é algo realmente impressionante.

A sociedade deveria saber quais os critérios que os setores usam para liberar construção de tantas hidrelétricas. Saber somente os números é uma coisa vazia. Como é que ficam as comunidades indígenas em assuntos como este? E os ribeirinhos, não somente no caso do Juruena, mas em outros locais também?
Lembra do caso para se construir PCHs no Rio Cuiabá? A Assembleia Legislativa do Estado proibiu isso. Recorreram ao STF, que disse que a ALMT não podia legislar sobre o assunto, que seria área nacional. O fato concreto é que no Rio Cuiabá, depois de tanta celeuma, desapareceu, por enquanto, a ideia de se construir PCHs. Mas em outros lugares a coisa está acontecendo. Mas, naquele caso específico, se soube dos muitos detalhes para se liberar a construção ou não. Em outros lugares nem tanto.
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Essa corrida por Pequenas Centrais Hidrelétricas começou no governo FHC. Teve uma crise de energia no país, com apagões ou falta de energia em muitos lugares. O sistema nacional não dava conta do recado. O governo resolveu abrir para a inciativa privada a oportunidade de fazer esse trabalho. E a energia produzida em todas essas centrais hidrelétricas seria incorporada ao sistema nacional.
O BNDEs apareceu como o grande financiador. Alguém ou um grupo empresarial encontrava um lugar adequado para construir hidrelétrica em determinado rio, fazia um projeto e levava para ter financiamento. Claro que o projeto deveria ter consistência e qualidade para ter acesso a recursos. Olhavam tudo, incluindo a questão dos indígenas e comunidades ao longo desse ou daquele rio.
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Foi uma febre nacional. Os que conseguiram construir essas hidrelétricas, como muitos afirmavam, não precisavam mais “trabalhar”. A renda do empreendimento através dos anos atingia varias gerações de família do empreendedor. Mato Grosso tem muitos nessa condição com a construção de hidrelétricas.
Aí apareciam críticas inócuas. Que a pessoa só tinha o trabalho de encontrar o lugar nesse ou naquele rio para fazer um projeto e ir ao órgão financiador. Não metia a mão no bolso, diziam, nem para pagar o projeto. Que isso seria feito depois do acertado empréstimo para a construção da usina. Deixando a ironia de lado, se teve mesmo muitas hidrelétricas e acabou sendo útil ao sistema energético do estado e do país.
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É motivo até de aplauso essa inciativa porque é um meio para se poluir menos o estado ou o país. Energia de carvão ou petróleo polui de verdade. As centrais hidrelétricas são chamadas a energia limpa. Para um estado como MT, que o mundo está de olho na questão ambiental, é uma alternativa.
Mas não chegar ao absurdo de se ter, como no caso do Rio Juruena, aquela quantidade de hidrelétricas. Será isso possível ou é mais uma invenção do momento?